Apesar da dissipação das cinzas do vulcão chileno Puyehue, algumas companhias aéreas mantêm cancelamentos
As operações aéreas comerciais em Buenos Aires estão sendo restabelecidas progressivamente nos aeroportos Aeroparque e Ezeiza com a dissipação das cinzas do complexo vulcânico chileno Puyehue-Cordón Caulle, informou nesta segunda-feira uma fonte aeroportuária. "Já não temos cinzas. A situação meteorológica melhorou e não há partículas na superfície. Foram realizados pousos e decolagens, mas algumas companhias aéreas mantêm os cancelamentos", disse a fonte da empresa Aeroportos 2000, que pediu para não ser identificada.
Nos dois aeroportos foram registrados no domingo 146 cancelamentos de voos, segundo porta-vozes das empresas. O Puyehue entrou em erupção no início de junho e a nuvem de cinzas afetou fortemente as localidades do outro lado da Cordilheira dos Andes, no sudoeste argentino, além de alterar por diversas vezes desde então a atividade aerocomercial na América do Sul e na Oceania.
"No Aeroparque ocorreram 14 cancelamentos e 11 atrasos nas chegadas, enquanto 14 partidas foram canceladas e dez estão com atrasos. Foram realizados quatro pousos e quatro decolagens", segundo a fonte.
Quanto ao aeroporto internacional Pistarini, de Ezeiza, ao sul da capital, a fonte indicou que "ocorreram 12 cancelamentos de chegadas, 11 voos atrasados e quatro pousos. Entre as partidas, foram 13 cancelamentos, dez atrasos e quatro decolagens". "Agora são as companhias as que vão definindo se voam ou não", acrescentou a fonte.
Especialistas afirmaram que é impossível prever quando terminará a queda das cinzas do Puyehue. "A erupção e a coluna de fumaça continuarão por meses e não há um tempo determinado para que acabem", afirmou o vulcanólogo Manuel Schilling, do Serviço Nacional de Geologia e Minas (Sernageomin) do Chile.
"Depois de quatro meses, o Puyehue está num processo eruptivo menor, basicamente caracterizado por uma coluna de 4 km de altura, mas ainda há lava e saída de gases e tem uma coluna que possui pouca cinza e pode ficar muito tempo assim", explicou à AFP, Fernando Gil, chefe do Observatório Vulcanológico dos Andes do Sul (Ovdas).
Gil explicou que não existem sinais de que o vulcão vá retomar sua força e que é imprevisível assinalar uma data quando vai terminar o processo eruptivo ou a queda de cinzas.
Com AFP e EFE