
Uma mulher morreu congelada após ser supostamente abandonada pelo namorado durante uma escalada noturna em uma das montanhas mais altas da Áustria . A vítima foi identificada como Kerstin Gutner, de 33 anos, encontrada sem vida a menos de 50 metros do cume do Grossglockner, o ponto mais elevado do país, em 19 de janeiro. As informações são do NY Post.
Segundo autoridades austríacas, Gutner fazia a trilha acompanhada do companheiro, Thomas Plamberger, de 39 anos, montanhista experiente. Ele agora responde à acusação de homicídio culposo (sem intenção de matar) por ter conduzido a escalada em condições extremas e, de acordo com a promotoria, por ter deixado a mulher sozinha quando ela já estava em estado crítico.
A subida ocorreu durante a madrugada, em pleno inverno, com temperaturas que chegaram a -20 °C (equivalente a -4 °F) e altitude superior a 3.700 metros. Gutner, descrita como uma escaladora sem experiência em montanhismo de alta montanha, apresentava sinais de exaustão, hipotermia e desorientação.

De acordo com comunicado do Ministério Público de Innsbruck, por volta das 2h, Plamberger deixou a namorada “desprotegida, esgotada e em estado grave de hipotermia”, aproximadamente 50 metros abaixo da cruz que marca o cume do Grossglockner. Pouco depois, ela teria morrido congelada.
Os promotores apontam ainda que o casal estava praticamente perdido desde 20h50. Mesmo após avistar um helicóptero da polícia às 22h50, Plamberger não acionou socorro nem enviou qualquer pedido de ajuda naquele momento. Imagens de webcams localizadas na região registraram o acampamento improvisado próximo ao topo da montanha, onde o corpo de Gutner foi encontrado horas depois.
O primeiro contato com a Polícia Alpina só ocorreu às 1h35, mas, segundo a investigação, o acusado teria colocado o celular no modo silencioso logo em seguida. Cerca de 30 minutos depois, ele teria descido sozinho a montanha, deixando Gutner para trás, sem sequer utilizar os cobertores térmicos de emergência que estavam disponíveis, conforme apurado pelas autoridades.
Uma câmera instalada na trilha registrou Plamberger descendo por volta das 2h30, enquanto Gutner permanecia próxima ao cume. O montanhista voltou a ligar para os serviços de emergência às 3h30.
A defesa de Plamberger, representada pelo advogado Kurt Jelinek, afirma que o caso foi um “acidente trágico e inevitável” e reforça que o cliente nega qualquer responsabilidade criminal pela morte da companheira.
Nas redes sociais, amigos e familiares publicaram mensagens de despedida em uma página criada em homenagem a Gutner. “Descanse em paz no céu” , escreveu um internauta.
“Por trás das lágrimas do luto, existe o sorriso da lembrança” , afirmou outro. Há ainda quem tenha registrado condolências dizendo ser “impossível encontrar palavras” para expressar a tristeza pela tragédia.
Plamberger foi formalmente indiciado na quinta-feira e o julgamento está previsto para começar em fevereiro. Se condenado, ele pode pegar uma pena de até três anos de prisão, conforme a legislação austríaca.