Shein revelará nomes de compradores de bonecas sexuais infantis

Empresa afirmou que vai colaborar com a Justiça francesa; outros varejos

Shein é denunciada por vender boneca sexual infantil
Foto: Reprodução/Le Parisien
Shein é denunciada por vender boneca sexual infantil

A varejista chinesa Shein afirmou nesta terça-feira (4) que vai revelar à Justiça francesa  os nomes dos compradores de bonecas sexuais com aparência infantil.

"Colaboraremos 100% com a Justiça", declarou o porta-voz da empresa na França, Quentin Ruffat, à rádio RMC. Ele adicionou que a plataforma será "totalmente transparente" e que as informações serão repassadas "se forem solicitadas".

Segundo Ruffat, a venda dos produtos ocorreu por "uma falha interna", e os itens já saíram do ar. O porta-voz disse que a varejista compartilha a preocupação das autoridades e vai "implementar os mecanismos necessários para que isso não aconteça novamente".

A Shein deve ser ouvida pela Assembleia Nacional nas próximas duas semanas, durante uma sessão sobre o controle de produtos importados.

Entenda o caso

O Ministério Público de Paris denunciou, no último sábado (1), plataformas asiáticas Shein, AliExpress, Temu e Wish por comercializarem bonecas sexuais com aparência infantil. A investigação contra as varejistas foi aberta nesta segunda (03)

O caso é conduzido pelo Escritório de Proteção de Menores (Ofmin) e começou após denúncias feitas pela Direção-Geral de Concorrência, Consumo e Repressão de Fraudes (DGCCRF).

As autoridades investigam violações ligadas à "difusão de mensagens violentas, pornográficas ou contrárias à dignidade acessíveis a menores".

O jornal francês Le Parisien divulgou imagens das bonecas, que mediam cerca de 80 centímetros, tinham traços infantis, seguravam ursos de pelúcia e eram descritas de forma sexualizada.


Conforme a legislação francesa, a divulgação de representações de caráter pedopornográfico pode ser punida com até sete anos de prisão e multa de 100 mil euros (cerca de R$ 620 mil).

A agência local da Temu em assessoria de imprensa procurou o iG  e alegou que a ''Temu não está envolvida no caso que diz respeito a sex dolls com características infantis. A empresa proíbe rigorosamente a venda de tais produtos ou itens similares em sua plataforma''.

A Temu também informou ao iG que ''autoridades da DGCCRF (Direção-Geral da Concorrência, Assuntos do Consumidor e Controle de Fraude) não identificaram nenhuma listagem relacionada à pornografia infantil no website da Temu''.