Trump e o Nobel da Paz: veja todos os vencedores da premiação

Vencedor será anunciado nesta sexta-feira (10) em Oslo, dentre 338 candidatos

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, é cogitado como um dos candidatos ao Nobel da Paz de 2025
Foto: Casa Branca/Reprodução
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, é cogitado como um dos candidatos ao Nobel da Paz de 2025
{!$sinalizador_ad$!}

O Prêmio Nobel da Paz de 2025 será anunciado nesta sexta-feira (10), em Oslo, na Noruega, pelo Comitê Norueguês do Nobel, que avaliou 244 pessoas e 94 organizações. Entre elas o nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surgiu após comentários de que deveria ganhar a premiação pela mediação de guerras.

O presidente tem buscado atenção do Nobel desde seu primeiro mandato e disse recentemente na Assembleia Geral da ONU: “ Todos dizem que eu deveria ganhar o Nobel da Paz por cada uma dessas conquistas. (...) O que me importa não é ganhar prêmios, é salvar vidas ”. Ele afirma ter encerrado sete guerras, informação contestada pela imprensa internacional.

Oficialmente não há confirmação de que o nome de Trump esteja sendo discutido nas reuniões sigilosas do comitê, formado por cinco membros indicados pelo Parlamento da Noruega.

Em 2009, o comitê concedeu o prêmio a outro presidente estadunidense, Barack Obama, apenas oito meses após o início de seu mandato. A premiação gerou críticas por suposta pressa na avaliação de suas ações.

Todos os vencedores do Nobel da Paz

O Prêmio Nobel da Paz já foi concedido 105 vezes a 142 laureados entre 1901 e 2024. A premiação reconhece aqueles que realizaram " o maior ou melhor trabalho pela fraternidade entre as nações, pela abolição ou redução de exércitos permanentes e pela realização e promoção de congressos de paz ", conforme o testamento de Alfred Nobel.

Entre os laureados notáveis estão figuras como Nelson Mandela  (1993), por seu trabalho para o fim pacífico do regime do apartheid; Malala Yousafzai (2014), a mais jovem vencedora; e  Martin Luther King Jr. (1964), por sua luta não-violenta pelos direitos civis.

A seguir, segue a lista completa de todos os laureados:

  • 2024 : Nihon Hidankyo
  • 2023 : Narges Mohammadi
  • 2022 : Ales Bialiatski, Memorial e Center for Civil Liberties
  • 2021 : Maria Ressa e Dmitry Muratov
  • 2020 : Programa Alimentar Mundial (WFP)
  • 2019 : Abiy Ahmed Ali
  • 2018 : Denis Mukwege e Nadia Murad
  • 2017 : Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN)
  • 2016 : Juan Manuel Santos
  • 2015 : Quarteto para o Diálogo Nacional da Tunísia
  • 2014 : Kailash Satyarthi e Malala Yousafzai - A mais jovem laureada da história, Malala Yousafzai recebeu o prêmio “ por sua luta contra a supressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação ”. Nascida no Vale do Swat, no Paquistão, viu escolas femininas queimadas pelo Talibã em 2008. Mantendo um diário publicado pela BBC Urdu, denunciou o regime terrorista. Em 2012, foi baleada na cabeça em um ônibus escolar, sobreviveu e se exilou no Reino Unido. Em 2013, a revista TIME a incluiu entre as 100 pessoas mais influentes do mundo. Aos 16 anos, discursou na ONU, defendendo o direito igualitário à educação para meninas, tornando-se símbolo global da causa.
Malala Yousafzai
Foto: @malala
Malala Yousafzai



  • 2013 : Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ)
  • 2012 : União Europeia
  • 2011 : Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkol Karman
  • 2010 : Liu Xiaobo
  • 2009 : Barack H. Obama - Premiado “ por seus esforços extraordinários para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos ”, Barack Obama, 44º presidente dos EUA, recebeu a honraria menos de oito meses após assumir o cargo. O Comitê do Nobel destacou seu apoio a um mundo livre de armas nucleares e seu esforço por um novo começo nas relações entre o mundo muçulmano e o Ocidente. Como presidente, iniciou a retirada das tropas do Iraque e defendeu direitos humanos, democracia e ações contra a crise climática.
Foto: @barackobama
Barack H. Obama



  • 2008 : Martti Ahtisaari
  • 2007 : Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e Al Gore
  • 2006 : Muhammad Yunus e Grameen Bank
  • 2005 : Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Mohamed ElBaradei
  • 2004 : Wangari Maathai
  • 2003 : Shirin Ebadi
  • 2002 : Jimmy Carter
  • 2001 : Organização das Nações Unidas (ONU) e Kofi Annan
  • 2000 : Kim Dae-jung
  • 1999 : Médicos Sem Fronteiras
  • 1998 : John Hume e David Trimble
  • 1997 : Campanha Internacional para a Proibição de Minas Terrestres e Jody Williams
  • 1996 : Carlos Filipe Ximenes Belo e José Ramos-Horta
  • 1995 : Joseph Rotblat e Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais
  • 1994 : Yasser Arafat, Shimon Peres e Yitzhak Rabin
  • 1993 : Nelson Mandela e F.W. de Klerk - Símbolo da liberdade da África, Nelson Mandela dividiu o prêmio com o presidente F.W. de Klerk “ pelo trabalho para o fim pacífico do regime do apartheid e por lançar as bases de uma África do Sul democrática ”. Filho de um chefe tribal e um dos primeiros advogados negros do país, liderou a ala jovem do Congresso Nacional Africano (CNA). Quando o CNA foi proibido, passou a apoiar a luta armada e organizou ações de sabotagem. Preso em 1962 e condenado à prisão perpétua, passou 18 anos em Robben Island, tornando-se referência global contra o apartheid. Libertado em 1990, negociou com de Klerk a transição pacífica para um governo de maioria.
Foto: South Africa The Good News/Reprodução
Nelson Mandela


  • 1992 : Rigoberta Menchú Tum
  • 1991 : Aung San Suu Kyi
  • 1990 : Mikhail Gorbachev
  • 1989 : O 14º Dalai Lama - Líder religioso e político do Tibete, o Dalai Lama foi premiado por sua defesa de “ soluções pacíficas baseadas na tolerância e no respeito mútuo para preservar a herança histórica e cultural de seu povo ”. Desde seu exílio na Índia, em 1959, lidera a oposição não-violenta à ocupação chinesa. O Comitê do Nobel destacou sua filosofia budista de paz, baseada no respeito por todos os seres vivos e na responsabilidade universal. O prêmio deu ao Dalai Lama oportunidade de propor um plano de desmilitarização e reconstrução do Tibete, que foi rejeitado pelo governo chinês.
Foto: Christopher Michel/Reprodução
14º Dalai Lama


  • 1988 : Forças de Paz das Nações Unidas
  • 1987 : Oscar Arias Sánchez
  • 1986 : Elie Wiesel
  • 1985 : Médicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear
  • 1984 : Desmond Tutu
  • 1983 : Lech Wałęsa
  • 1982 : Alva Myrdal e Alfonso García Robles
  • 1981 : Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)
  • 1980 : Adolfo Pérez Esquivel
  • 1979 : Madre Teresa - Reconhecida por seu trabalho em “ trazer ajuda à humanidade sofredora ”, Agnes Gonxha Bojaxhiu, freira católica de origem albanesa, fundou a ordem das Missionárias da Caridade. Atendendo a um chamado divino, ela e suas seguidoras construíram lares para órfãos, leprosos e doentes terminais em Calcutá, Índia, expandindo depois seu trabalho para outras regiões do mundo. Embora mundialmente conhecida, enfrentou críticas, como a recusa em fornecer analgésicos a pacientes terminais, enquanto recebia tratamento hospitalar. Considerada porta-voz do Vaticano por suas visões conservadoras sobre o aborto, foi canonizada pelo Papa Francisco em 2016, tornando-se Santa Teresa de Calcutá.
Foto: John Mathew Smith/Reprodução
Madre Tereza



  • 1978 : Anwar al-Sadat e Menachem Begin
  • 1977 : Anistia Internacional
  • 1976 : Betty Williams e Mairead Corrigan
  • 1975 : Andrei Sakharov
  • 1974 : Seán MacBride e Eisaku Satō
  • 1973 : Henry Kissinger e Le Duc Tho
  • 1971 : Willy Brandt
  • 1970 : Norman Borlaug
  • 1969 : Organização Internacional do Trabalho (OIT)
  • 1968 : René Cassin
  • 1965 : Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
  • 1964 : Martin Luther King Jr. - Premiado por sua luta não-violenta pelos direitos civis da população afro-americana, Martin Luther King Jr. sonhava que todos os cidadãos dos Estados Unidos fossem julgados por suas qualidades pessoais, e não pela cor da pele. Inspirado na filosofia de não-violência de Gandhi, iniciou em 1955 uma campanha para tornar ilegal a discriminação racial. Em 1963, liderou uma marcha em Washington com 250 mil manifestantes e proferiu o icônico discurso " Eu tenho um sonho ". No ano seguinte, o presidente Lyndon B. Johnson sancionou a lei que proibiu toda discriminação racial. King enfrentou oposição intensa, sendo monitorado pelo FBI e criticado pelo presidente por se posicionar contra a Guerra do Vietnã. Foi assassinado por um supremacista branco em 1968.
Foto: U.S. National Archives and Records Administration
Martin Luther King Jr.


  • 1963 : Comitê Internacional da Cruz Vermelha e Liga das Sociedades da Cruz Vermelha
  • 1962 : Linus Pauling
  • 1961 : Dag Hammarskjöld
  • 1960 : Albert Lutuli
  • 1959 : Philip Noel-Baker
  • 1958 : Georges Pire
  • 1957 : Lester Bowles Pearson
  • 1954 : Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)
  • 1953 : George C. Marshall
  • 1952 : Albert Schweitzer
  • 1951 : Léon Jouhaux
  • 1950 : Ralph Bunche
  • 1949 : Lord Boyd Orr
  • 1947 : Friends Service Council e American Friends Service Committee
  • 1946 : Emily Greene Balch e John R. Mott
  • 1945 : Cordell Hull
  • 1944 : Comitê Internacional da Cruz Vermelha
  • 1938 : Escritório Internacional Nansen para Refugiados
  • 1937 : Robert Cecil
  • 1936 : Carlos Saavedra Lamas
  • 1935 : Carl von Ossietzky
  • 1934 : Arthur Henderson
  • 1933 : Sir Norman Angell
  • 1931 : Jane Addams e Nicholas Murray Butler
  • 1930 : Nathan Söderblom
  • 1929 : Frank B. Kellogg
  • 1927 : Ferdinand Buisson e Ludwig Quidde
  • 1926 : Aristide Briand e Gustav Stresemann
  • 1925 : Sir Austen Chamberlain e Charles G. Dawes
  • 1922 : Fridtjof Nansen
  • 1921 : Hjalmar Branting e Christian Lange
  • 1920 : Léon Bourgeois
  • 1919 : Woodrow Wilson
  • 1917 : Comitê Internacional da Cruz Vermelha
  • 1913 : Henri La Fontaine
  • 1912 : Elihu Root
  • 1911 : Tobias Asser e Alfred Fried
  • 1910 : Bureau Internacional Permanente da Paz
  • 1909 : Auguste Beernaert e Paul Henri d'Estournelles de Constant
  • 1908 : Klas Pontus Arnoldson e Fredrik Bajer
  • 1907 : Ernesto Teodoro Moneta e Louis Renault
  • 1906 : Theodore Roosevelt
  • 1905 : Bertha von Suttner
  • 1904 : Instituto de Direito Internacional
  • 1903 : Randal Cremer
  • 1902 : Élie Ducommun e Albert Gobat
  • 1901 : Henry Dunant e Frédéric Passy

É importante citar que em alguns anos (1914, 1915, 1916, 1918, 1923, 1924, 1928, 1932, 1939-1943, 1948, 1955, 1956, 1966, 1967 e 1972) o prêmio não foi concedido.


Indicações de 2025

O número de candidatos cresceu em relação a 2024, quando foram 286 indicados, e alcançou 338 este ano. O prazo oficial para considerar candidatos terminou em 31 de janeiro.