
O regime de Kim Jong-un na Coreia do Norte iniciou uma nova campanha contra mulheres que fizeram implantes de silicone nos seios
. Segundo informações do portal sul-coreano Daily NK, o ditador considera a cirurgia estética uma prática “capitalista” e “anti-socialista”, e ordenou que equipes de segurança investiguem e punam as mulheres que realizarem o procedimento.
De acordo com a publicação, agentes à paisana foram enviados para diferentes distritos de Pyongyang com o objetivo de identificar possíveis casos. As mulheres consideradas suspeitas podem ser submetidas a exames físicos sem consentimento, e tanto elas quanto os médicos envolvidos nos procedimentos correm o risco de serem levados a julgamento público e enviados a campos de trabalho forçado.
Em setembro, um caso chamou atenção no distrito central de Sariwon, na província de Hwanghae do Norte. Um médico e duas mulheres foram julgados publicamente por terem realizado e recebido cirurgias de aumento dos seios com silicone supostamente contrabandeado da China.
Durante o julgamento, os promotores afirmaram que as acusadas teriam sido “corrompidas por costumes burgueses”
, e o juiz declarou que elas seriam “rigorosamente punidas por atos anti-socialistas”
.
Ainda segundo o jornal, o médico manteve a cabeça baixa durante todo o julgamento, enquanto as mulheres teriam admitido ter recorrido à cirurgia para “melhorar a aparência”. A decisão judicial reforçou a mensagem do regime, que considera qualquer tentativa de modificar o corpo por motivos estéticos um ato de desobediência política.
Além disso, há relatos de que equipes de inspeção foram mobilizadas nos bairros centrais de Pyongyang para identificar outras mulheres com cirurgias estéticas. As autoridades teriam sido instruídas a encaminhar suspeitas a hospitais, onde seriam examinadas por médicos para confirmar a presença de implantes.