Tufão Ragasa força evacuação de 2 milhões na China

Tempestade deixou mortos em Taiwan e destruição nas Filipinas antes de atingir Guangdong

governo suspendeu aulas, fábricas e transportes em diversas cidades
Foto: Reprodução
governo suspendeu aulas, fábricas e transportes em diversas cidades
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O supertufão Ragasa provocou a evacuação de quase 2 milhões de pessoas no sul da China nesta quarta-feira (24), após chegar à província de Guangdong com ventos de até 195 km/h.

A tempestade já havia causado pelo menos 17 mortes em Taiwan e ao menos sete nas Filipinas, antes de seguir em direção ao continente.

Na China, os deslocamentos preventivos incluíram 400 mil moradores em Shenzhen e mais de 770 mil em áreas sujeitas a enchentes e deslizamentos.

ENTENDA: Tufão Ragasa deixa 14 mortos e 124 desaparecidos em Taiwan

O governo suspendeu aulas, fábricas e transportes em diversas cidades, enquanto 38 mil bombeiros e 400 equipes de emergência foram mobilizados.

As autoridades liberaram US$ 21 milhões para operações de socorro em Guangdong, Hainan e Fujian, além do envio de tendas, camas e suprimentos básicos.

A chegada do Ragasa ao território chinês foi acompanhada por chuvas torrenciais, com previsão de até 300 milímetros em algumas localidades. Árvores tombaram, ruas ficaram alagadas em cidades como Zhuhai e Shenzhen, e veículos foram arrastados pelas correntezas.


Taiwan registra dezenas de mortos

Em Taiwan, o impacto foi mais severo no condado de Hualien, no leste da ilha, onde o transbordamento de um lago-barreira gerou inundações semelhantes a um tsunami.

Pelo menos 14 a 17 pessoas morreram, e entre 17 e 152 estão desaparecidas, de acordo com números atualizados pelas equipes de resgate. Outras 18 ficaram feridas.

A destruição incluiu pontes levadas pela água, veículos arrastados e lama cobrindo ruas em Guangfu. Mais de 7 mil moradores precisaram deixar suas casas.

O primeiro-ministro Cho Jung-tai pediu investigação sobre falhas em ordens de evacuação, enquanto 340 militares foram enviados para apoiar operações de resgate e limpeza.

Filipinas registram mortes e desabrigados

O Ragasa atingiu inicialmente as Filipinas no domingo (21). As autoridades confirmaram entre três e sete mortes, incluindo pescadores afogados e vítimas de deslizamentos de terra. Pelo menos cinco pessoas seguem desaparecidas.

Mais de 17,5 mil foram desalojadas, e cerca de 40 mil permaneciam em abrigos até a terça-feira (23). A ilha de Luzon teve 34 pontes danificadas, enquanto deslizamentos e inundações provocaram queda de árvores e destruição de telhados.

Hong Kong e Macau sofrem inundações

Tufão Ragasa
Foto: Nasa/Reprodução
Tufão Ragasa


Antes de chegar ao continente, o Ragasa passou por Hong Kong e Macau, onde os ventos chegaram a força de furacão. Autoridades emitiram o alerta T10, o mais alto do sistema local, e ondas ultrapassaram três metros acima do nível normal.

Em Hong Kong, entre 62 e 90 pessoas ficaram feridas por quedas e acidentes ligados ao mau tempo. Uma mãe e uma criança caíram no mar, mas foram resgatadas.

Em Macau, áreas baixas foram inundadas, cassinos fecharam temporariamente e cerca de 600 moradores buscaram abrigo.

Tempestade mais intensa do ano

O Ragasa é o 18º ciclone da temporada no Pacífico Ocidental e o mais poderoso registrado em 2025 até agora. Formado a partir de uma rápida intensificação, alcançou ventos sustentados de até 267 km/h e rajadas próximas de 285 km/h, comparáveis a um furacão de categoria 5.

Após atravessar a China, a expectativa é que o sistema perca força gradualmente ao avançar para o Vietnã e o Laos nos próximos dias, ainda com riscos de fortes chuvas e inundações.