
Mais de 60 migrantes morreram no sábado (02) após o naufrágio de um barco no Golfo de Áden, no sul do Iêmen, informou neste domingo (03) a Organização Internacional para as Migrações (OIM). As informações são do The New York Times.
A embarcação levava cerca de 150 pessoas, a maioria da Etiópia, que tentavam chegar à Arábia Saudita por uma das rotas migratórias mais arriscadas do mundo.
Pelo menos 12 pessoas sobreviveram, mas outras permanecem desaparecidas. A expectativa é que o número de mortos aumente com a chegada de mais corpos à costa, segundo autoridades locais.
A travessia entre o Chifre da África e o Iêmen é o primeiro trecho da chamada Rota Oriental, usada por milhares de pessoas do leste africano, como etíopes, eritreus e somalis, que fogem da pobreza, repressão política, seca e conflitos.
O objetivo de muitos é chegar à Arábia Saudita em busca de trabalho. Para isso, precisam cruzar o Iêmen, um país devastado pela guerra desde 2014, quando os rebeldes houthis tomaram a capital, Sana, derrubando o governo reconhecido internacionalmente.
Morgues lotadas e enterros emergenciais
De acordo com Abdul Kader Bajamel, autoridade de saúde em Zinjibar, os corpos das vítimas e pelo menos uma dúzia de sobreviventes, incluindo dois contrabandistas iemenitas, foram levados para hospitais na região.
“ Como os necrotérios não comportavam tantos corpos, e para evitar uma crise ambiental, o governador de Abyan ordenou o enterro imediato dos mortos e criou um comitê de emergência para buscar os desaparecidos ”, disse Bajamel.
No distrito de Khanfar, o hospital local recebeu um corpo e atendeu 11 sobreviventes. “ O barco pequeno estava com pessoas demais ”, relatou o agente de saúde Salah Balleel .
“Prestamos os primeiros socorros e assistência médica, e todos os sobreviventes já deixaram o hospital”, complementou Balleel.
A OIM afirmou em nota que “ este incidente devastador destaca a necessidade urgente de mecanismos de proteção mais eficazes para migrantes em jornadas perigosas, muitas vezes facilitadas por contrabandistas inescrupulosos que exploram a vulnerabilidade e o desespero dessas pessoas ”.
A organização também ressaltou que dezenas de milhares tentaram realizar essa travessia no último ano.