
Duas lagartixas encontradas na Nova Zelândia podem ser consideradas as mais velhas do mundo, de acordo com uma reportagem publicada pela CNN. Batizadas de Antoinette e Brucie-Baby , cientistas apontam que elas têm 64 e 60 anos de idade, respectivamente.
Os répteis foram descobertos durante uma expedição do Departamento de Conservação da Nova Zelândia em uma pequena ilha livre de predadores, chamada de Ilha Motunau , na costa de Canterbury. O achado desafia a ciência, que aponta o tempo de vida médio das lagartixas em dez anos.
Da espécie Waitaha , essas lagartixas são uma espécie nativa classificada como “em risco e em declínio”. Os animais foram identificados pela primeira vez entre 1965 e 1969. O casal encontrado é magro e “ossudo”, mas ainda têm “olhos que brilham com energia”, segundo o jornal americano.
Pesquisa contínua
Marieke Lettink , especialista em répteis e anfíbios, fez parte da equipe que encontrou o par de lagartixas Waitaha na Ilha Motunau , na costa de Southland. Ela contou à CNN que foi um momento “emocionante”, e que foi humilhante perceber “que esses animais são mais velhos do que nós e ainda estão por aí fazendo suas coisas”.
Eles foram encontrados durante uma pesquisa que é feita a cada cinco anos na ilha. “Isso também significa que vale a pena voltar em cinco anos porque não sabemos realmente quanto tempo eles podem viver. Toda vez que vamos, toda viagem que fizemos... a lagartixa mais velha que pegamos é sempre mais velha do que nós”, disse Lettink.
Durante cada pesquisa, a equipe monta uma grade de armadilhas na pequena ilha, geralmente capturando algumas centenas de lagartixas ao longo de alguns dias. As lagartixas saem à noite – então a equipe também faz caminhadas no escuro com lanternas para procurar os animais empoleirados em folhas e arbustos.
As pesquisas vêm acontecendo desde a década de 1960, quando o falecido conservacionista Tony Whitaker começou a marcar lagartixas na ilha com uma prática chamada toe clipping – que envolve cortar um certo número de dedos nas lagartixas, cada um com um padrão único. Segundo a CNN, a prática não é mais usada pelo Departamento de Conservação da Nova Zelândia.
Descoberta dos animais

Foram as marcações de Whitaker em Antoinette e Brucie-Baby – nomeadas em homenagem a Whitaker e seu colega conservacionista Bruce Thomas – que ajudaram Lettink a identificar os lagartos. “Isso me fez pensar em Tony, que começou o trabalho. Foi um momento profundo”, disse a especialista.
Ambas as lagartixas já estavam totalmente crescidas quando foram marcadas, então elas podem ser ainda mais velhas do que os 60 e 64 anos registrados. A descoberta mostra que os animais são muito mais velhos do que a expectativa de vida média das lagartixas no mundo todo. Com isso, as lagartixas Waitaha se posicionam no topo do ranking de outros lagartos longevos – a maioria dos quais são muito maiores e mais conhecidos.
Longevidade
Os cientistas apontam que uma das principais razões para os animais viverem tanto tempo é que a Ilha Motunau é livre de predadores, sem nenhuma das espécies introduzidas que dizimaram animais nativos na Nova Zelândia continental.
O sucesso da sobrevivência dos répteis em espaços livres de predadores é um dos motivos pelos quais conservacionistas em todo o país estão tentando estabelecer santuários mais seguros.
O clima frio e o estilo de vida do casal de répteis pode ter contribuído para a longevidade. A equipe já tinha visto Antoinette uma vez antes, cerca de uma década atrás, e eles presumiram que seria a última vez. “E aqui, 10 anos depois, eles não parecem diferentes – eles ainda estão bem”, disse a pesquisadora. A descoberta pode levar à identificação de lagartixas ainda mais velhas que não foram encontradas. "Isso seria muito emocionante", disse Lettink.