Guerra que começou com a invasão russa no território ucraniano em 2022, o confronto no Leste Europeu continuou em 2024, com entradas de novas armas e um novo cenário político mundial — como a eleição presidencial americana de Donald Trump .
Segundo um levantamento da emissora britânica BBC, mais de 70 mil pessoas que lutavam pelo Exército da Rússia morreram em campo de batalha desde o início da guerra, com o aumento no número de vítimas entre combatentes voluntários neste ano. Desde outubro de 2023, o número de voluntários mortos é de, no mínimo, 100 por semana.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky , afirmou no dia 8 de dezembro que 43 mil soldados ucranianos já morreram na guerra contra a Rússia desde o início do conflito. Em contrapartida, contabilizou 198 mil militares russos mortos e outros 550 mil feridos, contra 370 mil feridos no lado ucraniano.
Novos avanços em julho
As tropas russas avançaram em menor escala após quase dois anos na linha de frente no território da Ucrânia. Autoridades do mundo todo dizem que essa pode ser a fase mais perigosa do conflito, com Moscou supostamente usando tropas norte-coreanas na Ucrânia, e Kiev usando mísseis fornecidos pelo ocidente para revidar dentro da Rússia.
Nem os russos nem a Coreia do Norte confirmaram ou negaram a presença das tropas. Em novembro, as forças russas tomaram 600 km² do território ucraniano, de acordo com dados do DeepState. O impulso do avanço tem sido na região de Donetsk, com forças russas avançando em direção à cidade de Pokrovsk e para dentro da cidade de Kurakhove.
Inserção de novas armas na guerra
Em novembro, Vladimir Putin ameaçou começar a utilizar armas nucleares no confronto, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido permitiram que a Ucrânia disparasse contra a Rússia mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente.
Anteriormente, Putin havia ameaçado os países dizendo que a permissão do uso de armas de longo alcance seria "declaração de guerra" contra a Rússia. "Nos consideramos no direito de usar nossas armas contra bases militares nestes países que permitirem o uso de armas contra nossas bases", disse o líder russo.
Em resposta ao uso de armas vindas do Ocidente, a Rússia atacou a região ucraniana de Dnipro com múltiplos mísseis balísticos de alcance intermediário.
Míssil Oreshkin
Putin esclareceu as características do novo míssil utilizado, refutando as alegações de que teria sido um míssil de longo alcance. O líder confirmou que o armamento é inédito e de caráter “experimental”. Segundo ele, a Rússia utilizou o novo míssil não nuclear de médio alcance “Oreshnik”.
Ao explicar as motivações do desenvolvimento do “Oreshkin”, Putin acusou os EUA de desmantelar o sistema de segurança internacional e “empurrar o mundo para um conflito global” com a decisão de permitir que suas armas de longo alcance sejam usadas pela Ucrânia contra a Rússia.
Em dezembro, o Kremlin afirmou que a guerra na Ucrânia continuará até que os objetivos estabelecidos pelo presidente Vladimir Putin sejam alcançados por ação militar ou por negociação.
O presidente ucraniano, Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, da qual controlam partes desde agosto.
Troca de prisioneiros
Antes da escalada do conflito, em setembro os dois países trocaram 206 prisioneiros de guerra, em decisão mediada pelos Emirados Árabes Unidos. As trocas, embora não tão comuns, já haviam acontecido anteriormente.
Eleição de Trump
Com as eleições presidenciais nos EUA, o cenário e a postura do país norte-americano podem mudar com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, em 2025. Trump tem expressado ceticismo sobre a assistência militar americana à Ucrânia e críticas em relação à aliança militar Otan. Ele também disse recentemente que conversar com Vladimir Putin seria "algo inteligente".
O que pode ser visto com bons olhos por Putin, também pode mostrar que o Kremlin prefere evitar uma grande escalada no momento, se for visto que Trump vai ajudar a colocar um fim ao confronto em termos que beneficiam a Rússia.
A Rússia reiterou que mantém o canal aberto para resolver o conflito através de negociações, mas o recado do Kremlin é claro: a paz não será possível enquanto a Ucrânia mantiver em seu poder mísseis de longo alcance que podem atingir a Rússia.
Morte de comandante e armas químicas
O comandante da divisão de armas químicas do Exército russo morreu em uma explosão no dia 17 de dezembro em Moscou, em um ataque reivindicado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
Uma fonte do SBU afirmou que "Kirilov era um criminoso de guerra e um alvo absolutamente legítimo, porque ordenou o uso de armas químicas proibidas contra os soldados ucranianos".
Segundo o governo britânico, Kirilov e sua unidade ajudaram a "enviar as armas bárbaras" para a Ucrânia, o que Moscou nega. O Reino Unido e os EUA acusaram a Rússia de usar o agente tóxico cloropicrina contra as forças ucranianas, uma violação da Convenção sobre Armas Químicas.
A Rússia afirmou que não tem mais um arsenal de armas químicas. No final do ano, Rússia e Ucrânia tentam melhorar suas posições no campo de batalha antes da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu acabar com o conflito.
** Formado em jornalismo pela UFF, em quatro anos de experiência já escreveu sobre aplicativos, política, setor ferroviário, economia, educação, animais, esportes e saúde. Repórter de Último Segundo no iG.