2024 será o ano mais quente da história, confirma órgão da UE

Ano também será o primeiro a superar 1,5ºC acima da era pré-industrial

Ano foi marcado por ondas de calor no Brasil
Foto: Agência Brasil
Ano foi marcado por ondas de calor no Brasil

O ano de 2024 será o  mais quente já registrado na história da humanidade e o primeiro a superar a marca de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais , colocando em risco a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris.

É o que disse nesta segunda-feira (9) o Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas (C3S), sistema de observação da Terra da União Europeia.

De acordo com o organismo, a anomalia média na temperatura global para os primeiros 11 meses de 2024 foi 0,72ºC superior à média de 1991-2020, a mais alta já registrada para o período, além de 0,14ºC cima do mesmo período em 2023, que detinha o recorde de ano mais quente.

"É certo que 2024 será o ano mais quente já registrado", declarou o C3S. 

Em 2023, a temperatura média do planeta foi 1,48ºC acima da era pré-industrial, período entre 1850 e 1900 que é usado como referência para metas climáticas.

Já em 2024, esse número deve superar a marca de 1,55ºC.

Em novembro, os termômetros registraram em média 14,10ºC, 0,73ºC acima da média para o mês entre 1991-2000 e 1,62ºC superior ao período pré-industrial. Segundo o C3S, novembro de 2024 foi o segundo mais quente da história, perdendo apenas para o de 2023.

O Acordo de Paris, assinado em 2015, tem como meta mais ambiciosa limitar o aquecimento global neste século a 1,5ºC em relação à era pré-industrial. No entanto, são necessários cerca de 20 anos acima desse patamar para sacramentar que o objetivo foi descumprido.

Por outro lado, se essa tendência se mantiver, a humanidade deve conviver nas próximas décadas com aumento constante do nível do mar, ameaçando áreas costeiras, com ondas de calor mais frequentes e um crescente número de fenômenos extremos, incluindo furacões, secas e inundações.

O aquecimento global é causado pelas emissões de gases do efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2) e metano, que continuam aumentando, apesar dos alertas de cientistas de que elas precisam iniciar imediatamente uma trajetória de queda para garantir o cumprimento da meta de 1,5ºC até o fim do século.