A inteligência artificial chegou ao paraíso? A capela mais antiga da cidade de Lucerna, na Suíça , existe desde os anos 1300, mas está supermoderna. Nos últimos dias, substituiu o padre do confessionário por um avatar de Jesus Cristo feito com inteligência artificial.
Marco Schmid , um dos teólogos envolvidos no projeto, conversou com The Guardian para explicar um pouco do que levou à decisão. O principal é entender como as pessoas reagem ao Jesus de IA : "É um experimento. Sobre o que eles conversariam com Ele? Haveria interesse em falar com Ele? Provavelmente somos pioneiros nisso".
Como funciona Jesus em IA?
Jesus em IA da Suíça recebeu o nome de “Deus in machina”, trocadilho com a famosa frase “Deus ex machina.” A instalação está ativa desde agosto.
Para fazer de Jesus de IA o melhor possível, pesquisadores de IA da Universidade de Lucerna treinou o computador com textos bíblicos e teológicos. A imagem foi instalada em uma tela dentro do confessionário.
As pessoas conseguem ver a imagem de Jesus respondendo os fiéis dentro do confessionário. Ele fala mais de 100 idiomas e conversa em tempo real! Jesus de IA deve ficar disponível na capela apenas de modo temporário.
Como fiéis reagiram
Schmid explicou que a ideia não é imitar as atividades de confissão. Os fiéis são orientados a não falar sobre experiências pessoais, e sim sobre assuntos de fé.
A cada mês de experimento, estima-se que houve a média de 500 fiéis por mês falando com Jesus de IA . A maioria deles, 70%, descreveram uma “experiência espiritual":
"Podemos dizer que eles tiveram um momento religiosamente positivo com esse Jesus de IA. Para mim, isso foi surpreendente. É uma ferramenta muito fácil e acessível onde você pode falar sobre religião, sobre cristianismo, sobre fé cristã. Acho que há uma sede de falar com Jesus. As pessoas querem ter uma resposta: elas querem palavras e ouvir o que ele está dizendo. Acho que esse é um elemento disso. Então, é claro, há a curiosidade disso. Elas querem ver o que é isso.”
Veja um pouco da experiência em vídeo:
** Jornalista pelo Mackenzie e cientista social pela USP, trabalha com redação virtual desde 2015 e teve passagem em grandes redações do Brasil. Curte cultura, política e sociologia.