Secretário da ONU propõe "reforma no sistema financeiro global" na abertura da COP29

Simon Stiell enfatizou que financiamento climático para nações emergentes "não é caridade"

Simon Stiell, das Nações Unidas
Foto: IISD/ENB/Divulgação
Simon Stiell, das Nações Unidas

A 29ª edição da conferência do clima da ONU (COP29) começou nesta segunda-feira (11) em Baku, no Azerbaijão . O evento reúne chefes de estados, autoridades e sociedade civil para discutir soluções paras os problemas relacionados à destruição ambiental em todo o mundo. Em seu discurso, o secretário executivo da ONU para a mudança climática,  Simon Stiell, afirmou que é preciso "fazer uma reforma no sistema financeiro global".

“Se as nações não puderem construir resiliência em suas cadeias de suprimentos, toda a economia global será abalada. Nenhum país é imune”, afirmou Stiell.

Nesta edição, um dos principais objetivos é discutir como os países ricos irão contribuir financeiramente com as nações emergentes para impulsionar o processo de transição energética. Com essa ajuda, é esperado que as nações emergentes consigam mitigar os efeitos das mudanças climáticas e se adaptar a elas quando outras alternativas deixarem de existir.

Em seu discurso, Stiell enfatizou que o financiamento climático para as nações emergentes não se trata de caridade, uma vez que seus efeitos são de total interesse de todos os países, incluindo os maiores e mais ricos.

“Aqui em Baku, precisamos operacionalizar os mercados internacionais de carbono, finalizando o Artigo 6 (do Acordo de Paris). Precisamos avançar na mitigação, para que as metas de Dubai se concretizem. Não devemos deixar que 1,5 grau se torne inalcançável. E mesmo que as temperaturas aumentem, a implementação de nossos acordos deve reverter essa trajetória”, finaliza Stiell.

"Na rota da ruína", diz presidente da COP29

Mukhtar Babayev, ministro da Ecologia do Azerbaijão e presidente da COP29, abriu a conferência pedindo que os governos agissem o mais rápido possível para reverter o cenário atual: de um mundo com temperaturas cada vez mais quentes.

"Estamos nos encaminhando para a ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui", alertou Babaiev.