O Líbano e Israel estão próximos de firmar um acordo de cessar-fogo, conforme afirmou o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati. A expectativa é que o entendimento encerre a escalada de ataques entre as Forças de Defesa israelenses e o grupo terrorista Hezbollah .
Um canal de televisão israelense, “Kan”, divulgou o que seria um rascunho da proposta de cessar-fogo, incluindo cláusulas destinadas a estabilizar a região e interromper os confrontos.
Para que o acordo seja mantido, uma das principais exigências é o desarmamento do Hezbollah, medida que o governo libanês considerou positiva.
Entre os pontos delineados no documento, constam:
- Proibição de ataques: Segundo a proposta, o Hezbollah e outros grupos armados baseados no Líbano não poderão lançar ataques contra Israel. Em contrapartida, israelenses se comprometem a interromper operações militares dentro do território libanês.
- Controle de forças armadas: Para assegurar a aplicação do cessar-fogo, apenas o Exército do Líbano e as forças de paz da ONU (Unifil) teriam permissão para operar nas proximidades da Linha Azul, a fronteira reconhecida entre os dois países
- Controle de armas: O acordo propõe que todas as vendas de armas destinadas ao Líbano sejam monitoradas e controladas pelo governo libanês.
- Retirada de forças israelenses: O rascunho prevê que Israel retire suas forças do Líbano em um prazo de sete dias após a assinatura do acordo. Essas tropas seriam substituídas pelo Exército libanês, que atuaria sob a supervisão dos Estados Unidos e de outro país a ser designado.
- Desarmamento de grupos não oficiais: Em um prazo de 60 dias, o Líbano deverá desarmar todas as milícias e grupos armados que operam de forma independente no sul do país.
- Direito de defesa de Israel: Israel manteria o direito de realizar ações defensivas caso o governo libanês não consiga impedir a produção, armazenamento ou transporte de armamentos pesados por grupos independentes dentro de seu território.
Caso o acordo seja concluído, os Estados Unidos e outros países, ainda a serem escolhidos, seriam responsáveis por supervisionar a implementação das cláusulas estabelecidas no cessar-fogo.
A presença de observadores internacionais pretende garantir que ambas as partes cumpram suas obrigações e estabeleçam um mecanismo de responsabilização mútua. O descumprimento das condições do acordo por qualquer uma das partes resultaria em sanções econômicas, segundo o que foi discutido.
Heznbollah reage
Entretanto, o chefe do Hezbollah, Naim Qassem, declarou que o grupo não pretende interromper suas ações militares, mesmo diante da possível assinatura do acordo.
“Continuaremos nosso plano de guerra dentro das estruturas políticas delineadas. Permaneceremos no caminho da guerra. Podemos continuar a lutar por dias, semanas e meses", afirmou.