Elena Guerra: nova santa italiana tem relação com o Brasil; conheça a história

Beata Elena Guerra será canonizada neste domingo (20) no Vaticano

Beata Elena Guerra será canonizada neste domingo (20)
Foto: Reprodução/redes sociais
Beata Elena Guerra será canonizada neste domingo (20)

A Igreja Católica ganhará mais uma santa neste domingo (20): a  canonização de Elena Guerra está marcada para às 5h30 (horário de Brasília) no Vaticano. A beata conhecida como "Apóstola do Espírito Santo" será elevada ao título de santa após o reconhecimento de um milagre atribuído a ela no Brasil.

História de Elena Guerra

Nascida no ano de 1835 em Lucca, na região de Toscana, Elena Guerra atuou como enfermeira, professora e fundadora da Congregação Oblatas do Espírito Santo.

Descrita como uma pessoa muito caridosa nos registros das instituições católicas, Elena adoeceu por quase uma década após se dedicar ao cuidado dos afetados pela pandemia de cólera na Europa.

Curada, idealizou o primeiro grupo de oração de Lucca, que com o tempo se tornou Congregação das Irmãs de Santa Zita. Em 1897, foi recebida pelo Papa Leão XIII, que a sugeriu a mudança do nome de sua congregação para Oblatas do Espírito Santo.

Ela faleceu em 11 de abril de 1914, um sábado na véspera de Páscoa, e foi reconhecida como beata pelo Papa João XXII em 1959.

Canonização

Para um beato ser elevado ao título de santo, ele precisa ter um milagre - comprovado por uma equipe de teólogos e médicos - atribuído a ele. No caso de Elena Guerra, o milagre aconteceu em 2010 na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Na época, o enfermeiro que hoje é aposentado, Paulo Gontijo, caiu de uma árvore de seis metros de altura enquanto fazia uma poda e bateu a cabeça. Ele sofreu um grave traumatismo craniano e teve suspeita de morte encefálica.

Após 25 dias em coma no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), a equipe médica considerava poucas as chances de que Paulo sobreviveria aos danos causados pela queda e, se sobrevivesse, teria sequelas graves. Diante do quadro quase irreversível, a comunidade local começou a invocar a intercessão de Elena Guerra.

O caso era tão grave que passou a ser tratado em um protocolo de morte encefálica. Assim, a família pediu ao pároco da igreja que frequentavam, William Eurípedes Garcia, para que Paulo recebesse a extrema unção - sacramento católico que consiste na unção do enfermo acompanhada de uma oração - na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

"Eu levei o sangue de Cristo, que é o vinho consagrado, com a intenção de pingar algumas gotas na língua dele, para que ele pudesse ter ali a presença de Cristo vivo e ressuscitado junto dele. Eu coloquei essas três gotas na língua do Paulo, onde ele abruptamente reagiu de maneira brusca ao tocar o sangue na língua, uma pessoa que já estava com o quadro de morte, ter esses movimentos bruscos foi surpreendente. Eu fui pego de surpresa com esse milagre que foi imediato", relatou o padre ao g1.

Após o sacramento, Paulo passou por uma cirurgia cerebral e se recuperou, contrariando todas as previsões médicas. O caso foi submetido à análise do Vaticano e, posteriormente, reconhecido como milagre pela Congregação para as Causas dos Santos, possibilitando a canonização da beata.

Ao longo da investigação do milagre, um representante da Igreja Católica viajou à Uberlândia para recolher documentos e pedir que novos exames fossem feitos em Paulo.

Após mais de 10 anos, vários exames e encontros no Vaticano, o Papa Francisco promulgou o decreto que reconheceu o milagre da beata no Brasil.

Para a Igreja Católica, o milagre em Uberlândia foi o primeiro após a beatificação de Elena e se tornou prova viva de sua santidade.

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