ONU denuncia violação de Israel e alerta sobre segurança de tropas no Líbano

De acordo com a UNIFIL, dois tanques israelenses Merkava forçaram a entrada na posição militar da Organização, destruindo o portão principal

Exército israelense afirmou que um de seus tanques colidiu com um posto da ONU no Líbano quando estava sob fogo no sul
Foto: AFP
Exército israelense afirmou que um de seus tanques colidiu com um posto da ONU no Líbano quando estava sob fogo no sul

As forças de paz da ONU no Líbano ( UNIFIL ), relataram que as Forças de Defesa de Israel ( IDF ) invadiram uma de suas bases no sul do país no último domingo (13), em uma ação considerada uma violação do direito internacional. Informações são da Reusters .

De acordo com a UNIFIL , dois tanques israelenses Merkava forçaram a entrada na posição militar da ONU , destruindo o portão principal e solicitando que as luzes da base fossem apagadas. Os tanques só se retiraram após 45 minutos, quando a ONU protestou formalmente por meio de seu canal de comunicação com Israel.

“Por volta das 4h30, enquanto os mantenedores da paz estavam em abrigos, dois tanques Merkava das IDF destruíram o portão principal da base e entraram à força na posição. Eles solicitaram várias vezes que nossas luzes fossem apagadas”, disse a UNIFIL.

Na mesma hora, 15 soldados da paz apresentaram irritações na pele e problemas gastrointestinais após serem expostos a uma fumaça emitida por disparos a cerca de 100 metros ao norte da base, sem confirmação sobre quem teria lançado os projéteis.



Resposta de Israel

O Exército israelense afirmou neste domingo que um de seus tanques colidiu com um posto da ONU quando estava sob fogo no sul do Líbano, onde luta contra o movimento Hezbollah.

"Um tanque que tentava evacuar soldados feridos sob fogo recuou vários metros e colidiu com um posto de Unifil", que anunciou anteriormente que dois tanques israelenses haviam invadido uma de suas posições, disse um comunicado militar.

O Portal iG está no BlueSky,   siga para acompanhar as notícias !


Tensão aumenta entre Israel e forças da ONU


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já havia solicitado à ONU que retirasse suas tropas da UNIFIL de áreas de combate no Líbano, alegando que a presença delas está sendo usada pelo Hezbollah como "escudo humano". Netanyahu reforçou esse pedido em carta ao secretário-geral da ONU , António Guterres, argumentando que as IDF têm alertado sobre os riscos repetidamente, sem resposta adequada.

Israel e o Hezbollah , grupo apoiado pelo Irã , têm travado confrontos na região desde o início da guerra em Gaza , com o Hezbollah lançando foguetes contra o norte de Israel em apoio ao Hamas .

Cinco soldados da UNIFIL já foram feridos em incidentes recentes, a maioria atribuída às ações das forças israelenses. A Itália, que tem mais de mil soldados integrando a UNIFIL, criticou os ataques como "inaceitáveis", posição ecoada por França e Espanha, também contribuintes significativos para a missão.

Israel intensifica ataques no Líbano


Israel intensificou os seus bombardeios aéreos no Líbano neste domingo, dentro e fora dos redutos do movimento islamista libanês Hezbollah, com o qual trava combates por terra em setores próximos da fronteira no sul do país.

O Hezbollah indicou que repeliu duas tentativas de infiltração de tropas israelenses. Segundo a milícia pró-iraniana, os seus combatentes detonaram dispositivos explosivos contra soldados israelenses que "os confrontaram quando tentaram se infiltrar" perto da cidade libanesa de Ramia.


Afirmou também que atacou soldados israelenses em Marun al Ras, alguns quilômetros a leste, e que bombardeou uma base militar israelense ao sul da cidade de Haifa. Além disso, pela primeira vez, o movimento relatou combate corpo a corpo com soldados israelenses em uma aldeia no sul do Líbano.

Por sua vez, o Exército israelense relatou uma operação "seletiva e limitada" no sul, assim como um "combate corpo a corpo" com o Hezbollah. Também anunciou ter capturado um combatente da milícia em um túnel, "destruído [sua] infraestrutura ao longo da fronteira" e matado "dezenas" de combatentes.

O Hezbollah abriu uma frente contra Israel em outubro de 2023 para apoiar o seu aliado, o Hamas, na guerra na Faixa de Gaza, desencadeada após o ataque mortal do movimento islamista palestino em solo israelense em 7 de outubro daquele ano.

Depois de enfraquecer o Hamas em Gaza, Israel transferiu a maior parte das suas operações para a frente libanesa em setembro, com o objetivo de afastar o Hezbollah das zonas fronteiriças e permitir o retorno de cerca de 60.000 israelenses que tiveram que abandonar as suas casas no norte de Israel, devido ao lançamento de foguetes do grupo xiita.

Mas neste domingo, o Exército disse ter interceptado cinco projéteis vindos do Líbano.


Mesquita destruída 


Um bombardeio "por volta das 03h45" (horário local) destruiu "completamente" uma antiga mesquita no centro da aldeia de Kfar Tibnit, acrescentou.

A Cruz Vermelha libanesa informou que vários dos seus socorristas ficaram feridos neste domingo em um bombardeio de uma casa no sul, para onde foram enviados "em coordenação" com a força de paz da ONU no Líbano (Unifil).

A frente que o Hezbollah abriu contra Israel há um ano transformou-se em uma guerra aberta em 23 de setembro, com intensos bombardeios israelenses contra redutos do Hezbollah no Líbano, que mataram o líder do movimento, Hassan Nasrallah.

 Ofensiva em Jabaliya 


Depois de mais de um ano de combates, Israel continua a sua ofensiva em Gaza, território governado pelo Hamas.

O Exército bombardeia principalmente a região de Jabaliya, no norte, onde acusa o Hamas de reorganizar as suas forças.

Neste domingo, o Exército indicou que eliminou "dezenas de terroristas" neste setor e atacou "40 alvos terroristas".

O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 em solo israelense causou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses e que inclui reféns mortos ou assassinados em cativeiro em Gaza.

Ao menos 42.227 palestinos, a maioria civis, morreram na ofensiva israelense no território, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Participe do  nosso canal no WhatsApp e da  nossa comunidade no Facebook .