Em plenário esvaziado, Netanyahu fala em reconciliação entre árabes e judeus

Primeiro-ministro de Israel foi vaiado durante discurso e mandou recado às forças do Irã, que apoiam o Hezbollah e o Hamas

Benjamin Netanyahu em discurso na ONU com cartazes que sugerem 'a maldição' e 'a benção' na região da Faixa de Gaza
Foto: Reprodução/Youtube
Benjamin Netanyahu em discurso na ONU com cartazes que sugerem 'a maldição' e 'a benção' na região da Faixa de Gaza

Em discurso na Assembleia Geral da ONU nesta sexta-feira (27), o primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu ,  falou sobre uma "reconciliação histórica" entre árabes e judeus, em meio a vaias e protestos no salão. Na ocasião, o premiê mandou um recado ao Irã e prometeu uma ofensiva caso Israel seja alvo de ataques por parte do país.

"Temos que escolher o que vamos deixar para as próximas gerações: uma benção ou uma maldição. A maldição da agressividade do Irã ou a benção de uma reconciliação histórica entre árabes e judeus. (...) Irã, se vocês nos atacarem, nós vamos atacar vocês. Não há lugar nenhum do Irã que o braço de Israel não possa alcançar, e isso vale para todo o Oriente Médio", afirmou.

Netanyahu ainda disse que Israel está "vencendo a guerra" na Faixa de Gaza e no Líbano. A fala do primeiro-ministro acontece em meio a uma onda de ataques realizados por Israel contra alvos do grupo paramilitar Hezbollah no Líbano, que resultaram em mais de 700 vítimas . A organização terrorista é apoiada pelo Irã.

O primeiro-ministro acusou o Irã de ter bombardeado Israel diretamente pela primeira vez, com mísseis lançados na quinta-feira (26) direto do território iraniano. "Não há um lugar no Irã em que os longos braços de Israel não possam chegar", advertiu, garantindo que está pronto para uma guerra contra as forças iranianas.

Além disso, Netanyahu afirmou que vai seguir com os bombardeios no Líbano. "Saiam desta armadilha mortal na qual o Hezbollah os colocou. Nossa guerra é com o Hezbollah, e não com vocês", disse o premiê aos libaneses.

Quanto à Faixa de Gaza, onde o conflito entre Israel e o Hamas completa um ano na próxima semana, o primeiro-ministro disse que Israel já matou ou capturou "mais da metade dos 40.000 soldados do Hamas" e afirmou estar "pronto para apoiar uma administração civil local comprometida com a paz".

"Essa guerra pode ter um fim agora. Tudo o que falta é que o Hamas se renda, entregue as armas e devolva os reféns", afirmou. "Não queremos ver uma só pessoa, uma só pessoa inocente, morrer. Isso é sempre uma tragédia".

Netanyahu é alvo de vaias

Netanyahu foi alvo de vaias e de protestos durante seu discurso na ONU. Antes dele subir ao púlpito, várias delegações, entre elas a do Irã, deixaram o salão. O tumulto foi tanto que o presidente da sessão teve de pedir silêncio.

O primeiro-ministro começou sua fala afirmando que não iria à Assembleia Geral porque seu país está "lutando por sua vida", mas decidiu marcar presença para "falar a verdade" sobre Israel. 

"Israel busca a paz, Israel anseia pela paz, Israel fez a paz e fará a paz novamente. Mas inimigos selvagens querem nos aniquilar", disse o premiê.

Em outro momento, o premiê fez críticas aos líderes do Ocidente que criticaram Israel em seus discursos na Assembleia Geral, acusando-os de antissemitismo. "Não estamos só nos defendendo. Também estamos defendendo vocês contra um inimigo comum que ameaça nosso modelo de vida", discursou, em referência ao Irã.

Um desses líderes foi o presidente Lula.  Em seu discurso nesta quarta (25), sem citar nomes, o presidente condenou a escalada da guerra no Oriente Médio e disse que o direito de defesa se tornou um "desejo de vingança" e uma "punição coletiva" ao povo palestino.

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