Brasileiro morto em ataque de Israel ao Líbano estava trabalhando, diz irmã

O adolescente morreu junto ao pai

Brasileiro morto em ataque no Líbano nasceu em Foz do Iguaçu
Foto: Reprodução
Brasileiro morto em ataque no Líbano nasceu em Foz do Iguaçu

Hanan Abdallah, irmã do adolescente  brasileiro que morreu no Líbano junto com o pai, informou que eles viajaram ao país para trabalhar em uma pequena fábrica familiar de produtos de limpeza. Ambos foram vítimas de um bombardeio  israelense na região do Vale do Bekaa.

"Foi um ataque. Eles morreram trabalhando na pequena fábrica da família", declarou Hanan.

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Essa é a primeira morte de brasileiros no Líbano registrada pelo Itamaraty desde o início do conflito. O órgão está em contato com a família, que reside em Foz do Iguaçu.

Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, nasceu em Foz do Iguaçu, enquanto seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, era libanês naturalizado paraguaio. Segundo a família, ambos faleceram na segunda-feira (23) após um foguete atingir a cidade de Kelya, no Vale do Bekaa.

As mortes aconteceram devido a um ataque aéreo que atingiu a região onde o menino estava com o pai. Eles haviam se mudado para o país juntamente com dois irmãos, que não sofreram danos e estão se preparando para voltar ao Brasil, segundo informações do Itamaraty.

A tragédia envolvendo um brasileiro já movimentou também a política local. O vereador Adnan El Sayed já havia lamentado a morte, ainda que não houvesse confirmação oficial.

"Haj Kamal Abdallah e seu lindo filho Ali estavam até pouco tempo aqui ao nosso lado em Foz do Iguaçu, brincando e sorrindo. Quero arranjar forças na justiça divina e na capacidade da resistência libanesa para seguir o caminho da verdade apesar das perdas diárias desse massacre à Palestina e ao Líbano", escreveu ele no Facebook.

Na segunda-feira (23), também antes da confirmação das duas mortes, o Itamaraty havia informado que enviou instruções à Embaixada do Brasil no Líbano, para que fosse feita uma consulta sobre os brasileiros que vivem no país.

Escalada no conflito

Os bombardeios israelenses no Líbano aumentaram nos últimos dias, resultando em mais de 560 mortes e 1.800 feridos em ataques direcionados ao Hezbollah, tornando-se o dia mais sangrento desde a guerra do Líbano, em 2006.

Hanan relatou que a família viveu mais de dez anos em Foz do Iguaçu e retornou ao Líbano há cerca de quatro anos, onde tinham uma empresa em Sohmor, cidade vizinha ao local do bombardeio. Além de Ali, Kamal Hussein morava em Kelya com outros dois filhos. O irmão de 16 anos também se feriu, mas sobreviveu e está a caminho do Brasil, junto com a irmã, previsto para chegar na quinta-feira (26). Ambos estão muito abalados.

Hanan também compartilhou que conversou com o pai na madrugada de segunda-feira e que ele estava angustiado, tentando conseguir passagens para que os filhos retornassem ao Brasil devido ao medo crescente.

Ela, que tem um bebê e não vê a família há mais de um ano, retornou ao Brasil após se casar há cerca de dois anos. A mãe de Hanan chegou a Foz do Iguaçu uma semana antes dos ataques.

Os bombardeios na segunda-feira resultaram em 569 mortes e 1.835 feridos, conforme dados do governo libanês. Israel afirmou que está conduzindo operações militares na fronteira para permitir que moradores retornem, enquanto intensificou ataques contra o Hezbollah, em resposta ao aumento das hostilidades na região.

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