Pedro Barillari
, um brasileiro de 25 anos morador da cidade de Boca Raton, na costa sudeste da Flórida ( EUA
), relatou ao Portal iG a apreensão dos moradores do estado norte-americano com a aproximação do Furacão Helene
. Podendo ser classificado como tempestade de categoria 4, o fenômeno deve chegar à Flórida na noite desta quinta-feira (26). "Aqui parece uma cidade zumbi", conta Pedro ao relatar ruas vazias e população em busca de mantimentos básicos.
O Helene deve tocar o solo na região de Big Bend , no norte da Flórida , onde são esperadas inundações de 6 metros nas áreas costeiras e "ventos extremamente perigosos", segundo o Centro Nacional de Furacões. A força do furacão será sentida em todo o estado, deixando moradores em alerta, tomando medidas de emergência.
Preocupação com a força do furacão em todo o estado
O brasileiro Pedro Barillari, que mora no estado norte-americano desde 2019, conta que já passou por alertas de furacão antes, mas nunca em uma categoria tão alta. Mesmo com o centro do Helene sem previsão de passar pela cidade de Boca Raton, ele diz que os moradores locais estão em alerta máximo.
"O 'cone do furacão' não está passando por aqui. Está vindo só a 'rebarba', as tempestades tropicais e tornados causados por ele. Então, aqui onde eu moro, as pessoas compram água, papel higiênico, comida enlatada, essas coisas não perecíveis, para caso falte energia, alguma coisa assim", conta o jovem.
Baixo estoque nos supermercados e nos postos de combustível
Pedro conta que as prateleiras dos supermercados já estão vazias. "Quando tem uma previsão de passar algum furacão que pode vir para cá, a galera já compra tudo, enche o tanque do carro, muita gente enche galão de gasolina para caso precise fugir para algum outro estado", relata.
Segundo ele, as prateleiras já estão vazias e falta gasolina nos postos de combustíveis. Apesar da cidade na costa sudeste estar mais tranquila em relação a outras partes do estado, que estão no caminho de passagem previsto pelo furacão Helene, as autoridades tomaram medidas preventivas.
Impactos no cotidiano
"As aulas foram canceladas nas escolas e universidades. Eu mesmo tive aula na faculdade cancelada. Muitos lugares não estão abrindo, porque por mais que não passe o furacão aqui, tem a tempestade tropical, se tornando perigoso ficar na rua. Pode cair um poste, uma árvore", explica o estudante de administração de negócios.
As medidas adotadas tanto por moradores quanto por autoridades mudam o cenário de todo o estado. "Aqui parece uma cidade zumbi, fica tudo vazio, filas enormes e ruas vazias", comentou Pedro.
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O jovem afirma que, nas semanas anteriores a um alerta de furacão, a preparação dos moradores é feita a partir do medo do que possa vir a acontecer, já que durante o trajeto o furacão pode ganhar força no mar ou bater em algum lugar e mudar de rota.
Cuidados rotineiros dos moradores da Flórida
A região do estado da Flórida costuma ter alertas de furacões nesta época do ano. Pedro explica que a atitude tomada nesta quinta é comum. "A população compra vela, lanterna, muita gente tem gerador em casa para conseguir ter energia, caso falte", disse.
Ele também conta que, com essas atitudes, é normal acabar a água e outros mantimentos nos supermercados. "A galera é mais desesperada, quer estar preparada para o que possa vir a acontecer", frisou.
A situação é tão comum que existem negócios que lucram com as medidas de precaução. De acordo com Pedro, "às vezes a pessoa fica presa em casa porque não consegue sair, cai alguma coisa em cima da porta ou desaba alguma parte da casa. Então, os moradores colocam tapumes nas janelas, nas portas. Já é um costume aqui, É um negócio bem rentável na época de furacão".
Situação é pior em cidades no trajeto do furacão
"Onde está passando furacão, isso se multiplica, porque o povo sabe que vai passar por lá, então, por mais que às vezes não aconteça nada, todo mundo já se prepara de antemão para se proteger de alguma destruição", conta Pedro.
O Helene entrou no Golfo do México na quarta-feira (25) e deve ganhar força com as águas quentes do golfo antes de atingir a Flórida. Seus ventos já registraram 251 km/h.
Mais de 40 milhões de pessoas na Flórida, Geórgia e Alabama estão sob alerta.
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** Formado em jornalismo pela UFF, em quatro anos de experiência já escreveu sobre aplicativos, política, setor ferroviário, economia, educação, animais, esportes e saúde. Repórter de Último Segundo no iG.