EUA afirmam 'não estar envolvidos' ou 'ter conhecimento' das explosões de pagers no Líbano

Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, se recusou a comentar sobre a suspeita de que as explosões foram realizadas por Israel

Miller disse, ainda, que a mensagem dos EUA para o Irã não mudou
Foto: Reprodução/Reuters/YouTube
Miller disse, ainda, que a mensagem dos EUA para o Irã não mudou

Os Estados Unidos afirmaram na terça-feira (17) que não tinham conhecimento prévio nem envolvimento nas explosões em massa de pagers usados pelo Hezbollah do Líbano, ao mesmo tempo em que apelaram para que o Irã exercesse moderação em sua resposta.

"Posso dizer que os EUA não estiveram envolvidos nisso, os EUA não estavam cientes desse incidente com antecedência e, neste momento, estamos reunindo informações", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, a jornalistas.

Miller se recusou a comentar sobre a suspeita generalizada de que as explosões foram realizadas por Israel, que tem trocado tiros regularmente com o Hezbollah após o ataque de 7 de outubro a Israel por outro aliado do Irã, o Hamas.

As explosões ocorreram após semanas de diplomacia reservada por parte dos EUA para desencorajar uma grande retaliação iraniana contra Israel pelo assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, durante uma visita a Teerã.

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Miller disse que a mensagem dos EUA para o Irã não mudou

"Instamos o Irã a não aproveitar nenhum incidente para tentar aumentar ainda mais a instabilidade e aumentar as tensões na região", afirmou Miller.

Um alto enviado dos EUA, Amos Hochstein, se reuniu um dia antes com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros funcionários israelenses, buscando desencorajar uma guerra em grande escala contra o Líbano.

"Queremos ver uma resolução diplomática para o conflito entre Israel e Hezbollah", disse Miller.

"Queremos ver uma solução que permita que as dezenas de milhares de israelenses que foram deslocados de suas casas e as dezenas de milhares de libaneses que foram deslocados de suas casas possam retornar", acrescentou Miller.

No entanto, Miller sugeriu que o Hezbollah — considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos — era um alvo legítimo para ataques, sem confirmar o envolvimento de Israel.

"Membros terroristas de uma organização terrorista são alvos legítimos para países lançarem operações contra eles", disse Miller.

Os Estados Unidos são um aliado próximo de Israel e inimigo do Irã desde a revolução islâmica de 1979, que derrubou o xá pró-Ocidente.

O novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, considerado um reformista dentro do regime clerical, disse em uma entrevista coletiva na segunda-feira que buscava melhores relações com os Estados Unidos, incluindo a restauração de um acordo nuclear de 2015.

"Não queremos lutar com os Estados Unidos, se eles respeitarem nossos direitos", afirmou.

Questionado sobre as declarações de Pezeshkian, Miller disse que os Estados Unidos têm "um grande carinho" pelo povo iraniano, mas que "quando se trata do regime, no final, vamos julgá-los por suas ações, não por suas palavras".

"A maneira de mostrar irmandade não seria através de retórica. Seria parar de armar e incentivar grupos terroristas, parar a escalada nuclear, bloquear o trabalho da Agência Internacional de Energia Atômica, parar de tramar para matar opositores políticos, parar de transferir mísseis e drones para a Rússia e, finalmente, parar de reprimir os direitos humanos do próprio povo", concluiu Miller.

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