Governo Maduro diz que EUA arquitetaram "tentativa de golpe na Venezuela"

A declaração do chanceler veio em resposta ao reconhecimento pela Casa Branca da vitória de Edmundo González, candidato da oposição

Maduro expulsou diplomatas que questionaram vitória na Venezuela
Foto: Reprodução
Maduro expulsou diplomatas que questionaram vitória na Venezuela


O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, fez graves acusações contra os Estados Unidos nesta sexta-feira (2), alegando que Washington estaria colaborando com a oposição venezuelana para um golpe de Estado. A declaração do chanceler veio em resposta ao  reconhecimento pela Casa Branca da vitória de Edmundo González, candidato da oposição, nas eleições de domingo (28).

“A Venezuela rejeita as graves, e, mais ainda, ridículas declarações, atribuídas ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, nas quais pretende assumir o papel do Poder Eleitoral venezuelano, demonstrando que o governo dos Estados Unidos está à frente do golpe de Estado que se pretende fazer contra a Venezuela, promovendo uma agenda violenta contra o povo venezuelano e suas instituições”, afirmou.

A crítica de Gil se deu após Blinken anunciar na quinta-feira (1°) que González, com base em “enormes evidências”, havia vencido a eleição. Blinken afirmou que a oposição havia fornecido aos Estados Unidos as atas eleitorais que confirmavam a vitória de González.

No entanto, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela ainda não divulgou essas atas, alegando problemas no sistema causados por um ataque hacker “orquestrado pelos opositores”. O órgão, por sua vez, proclamou Nicolás Maduro como vencedor da eleição.


Posição do Brasil

O Brasil, juntamente com Colômbia e México, tem exigido a liberação das atas e a contagem dos votos por observadores internacionais.

Em resposta, Maduro anunciou que o Tribunal Supremo de Justiça, composto em grande parte por juízes indicados por ele, realizará uma auditoria dos votos com a participação da oposição.

Enquanto isso, a oposição acusa o governo venezuelano de agressões, ameaças e  prisões em represália às manifestações.

Neste sábado (3), estão previstos protestos em Caracas, com a presença de líderes opositores como María Corina Machado e Edmundo González. Mais de 1,2 mil pessoas foram presas por protestar após a eleição, e Maduro prometeu prender mais mil indivíduos.

1 /7 Suprema Corte da Venezuela convocou, nesta quinta-feira (1º) os 10 candidatos à presidência a participarem nesta sexta (2) às 15h (horário de Brasília), da auditoria das eleições. @maduro via Fotos Públicas
2 /7 Os integrantes da Suprema Corte foram indicados por Maduro, apontado como vencedor do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). RS via Fotos Publicas
3 /7 Segundo o presidente, a maior instância da Justiça venezuelana é a única que tem o poder de auditar o resultado das eleições e conferir os resultados do CNE. RS via Fotos Publicas
4 /7 De acordo com a Suprema Corte, todos os presidenciáveis devem apresentar suas contagens de votos ao tribunal. RS/via Fotos Publicas
5 /7 A oposição de Maduro, liderada por María Corina Machado e por Edmundo González, contesta o resultado do CNE. RS/via Fotos Publicas
6 /7 A comunidade internacional também questiona o resultado do pleito. Eles acusam a falta de transparência da autoridade eleitoral venezuelana. Rede Social Nicolás Maduro
7 /7 Edmundo González e María Corina Machado sofrem ameaças de prisão desde que contestaram o resultado das eleições. RS/via Fotos Publicas


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