Maduro expulsa embaixadores de países que questionaram resultado das eleições na Venezuela

A medida foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, em uma carta oficial

Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela
Foto: Reprodução
Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela


Nesta segunda-feira (29), o governo de Nicolás Maduro decidiu expulsar o corpo diplomático de sete países da Venezuela. A medida foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, em uma carta oficial.

O governo venezuelano manifestou seu descontentamento com "as ações e declarações de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e comprometidos abertamente com ideologias sórdidas do fascismo internacional", e acusou esses países de tentar desconsiderar o resultado da eleição realizada no domingo (28).

"Ante este precedente nefasto que atenta contra nossa soberania nacional, decidimos retirar todo o corpo diplomático de nossas missões na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, bem como expulsar de imediato seus representantes do território venezuelano", afirmou o texto.

A decisão foi tomada após esses países questionarem a validade das eleições venezuelanas, nas quais Nicolás Maduro foi proclamado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral, o equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral na Venezuela.

Diversas lideranças internacionais levantaram dúvidas sobre o resultado eleitoral, que indicava uma ampla vitória para a oposição, liderada por Edmundo González. Boletins divulgados nas redes sociais também mostraram uma larga vantagem para o opositor

No entanto, a corte eleitoral venezuelana, chefiada por um aliado de Maduro, anunciou a vitória do presidente com mais de 51% dos votos, enquanto González ficou em segundo com 44%. A oposição alegou ter vencido com mais de 70% dos votos.

Além dos países que tiveram seus diplomatas expulsos, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Equador, Colômbia, Guatemala e Portugal também questionaram o resultado eleitoral.

Em contraste, Rússia, China, Irã, Bolívia, Cuba e Nicarágua parabenizaram Maduro pela vitória.


E o Brasil?

O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

O Itamaraty exigiu a divulgação das atas eleitorais e afirmou que se manifestará assim que tiver informações mais detalhadas.

Manifestantes contrários a Maduro foram às ruas para protestar contra o resultado das eleições. A posição de Maduro em relação aos protestantes ainda não foi divulgada.

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