Reeleição de Maduro e denúncias de fraude: o que pode mudar na Venezuela?

Maduro teve 51,2% dos votos, segundo o órgão eleitoral

Nicolás Maduro venceu por 51,2%, segundo CNE
Foto: Zurimar Campos/Venezuelan Presidency/AFP
Nicolás Maduro venceu por 51,2%, segundo CNE

O atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reeleito para o seu terceiro mandato com duração de seis anos, segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão responsável pelos processos eleitorais no país. A oposição, no entanto, contesta o resultado. 

Com a reeleição de Maduro, o que muda?

Maduro ficará no poder até janeiro de 2031. Ele teve 51,2% dos votos, somando 5.150.092 votos, segundo o órgão eleitoral, que é alinhado ao presidente. O principal adversário, Edmundo González, teve 44,2%, totalizando 4.445.978 votos.

Nesta segunda-feira (29), China e Rússia reconhecem vitória de Maduro, por outro lado, EUA e União Europeia cobram transparência dos resultados.  O Brasil também pediu dados sobre o pleito e a verificação dos observadores em meio a denúncia da oposição, que alega que o adversário Edmundo González teve 70% dos votos.

González pode alegar fraude nas eleições e pedir recontagem, além de alegar a dificuldade dos residentes no exterior em se registrar para votar. Com as denúncias de trapaça, o regime de Maduro pode ficar mal visto por outros países e estremecer as relações internacionais.

A oposição venezuelana atualmente está mais organizada e vem ganhando força após o agravamento da crise econômica e social no país. A Venezuela tem mais de 7,7 milhões de refugiados e migrantes, segundo a ONU, o que gera um apoio contra o governo.

1 /4 Nicolás Maduro e Edmundo González Reprodução: Redes Sociais
2 /4 Com 12 horas de votação, urnas são fechadas na Venezuela para eleições presidenciais Redação GPS
3 /4 Maduro e Urrutia votam em Caracas Montagem/Reprodução
4 /4 Edmundo González Urrutia pode derrotar Maduro Reprodução


Ainda, segundo a última pesquisa eleitoral, da ORC Consultores, realizada em julho, Maduro não iria se reeleger. Edmundo González aparecia com 59,68% das intenções de voto, enquanto o atual líder venezuelano ocupava o segundo lugar, com 14,64%.

Caso não vencesse as eleições,  Maduro afirmou que haveria um "banho de sangue" e uma "guerra civil". "Quanto mais contundente for a [nossa] vitória, mais garantias de paz vamos ter", disse Maduro durante discurso.


Postura de Maduro foi criticada pelo Brasil

“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora”, declarou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada.

Maduro respondeu Lula. "Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila", disse Maduro, sem mencionar Lula. "Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita", acrescentou.

No domingo, Maduro disse que respeitaria o resultado das urnas.

“Vou respeitar o resultado oficial das eleições e o processo eleitoral (...). Há uma constituição, e a lei tem que ser respeitada. Sou Nicolás Maduro, presidente do povo, e reconhecerei a palavra santa do árbitro eleitoral”, declarou.

Ele ainda prometeu melhorar a economia da Venezuela, criticando países que permitem o “capitalismo selvagem dos multimilionários” e prometendo uma economia mais inclusiva, com a participação da população.

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