Uma rede de prostituição forçada foi desvendada no México na semana passada. Na última sexta-feira (17), 15 argentinas e duas mexicanas foram resgatadas nestas condições em Cancún - algumas vítimas eram menores de idade. Todas estavam sequestradas e tiveram seus passaportes apreendidos pelos criminosos.
A rede de prostituição só foi revelada após uma das argentinas enviar uma mensagem à Procuradoria Geral de Quintana Roo , estado do México, através do WhatsApp. Na ocasião, a jovem que estava sendo forçada à prostituição fez um apelo após promotores."Promotores, me ajudem. Quero denunciar que fugi de um inferno ou, como dizem aqui, um bar chamado La Consentida, onde me prostituíam contra minha vontade. Não conheço esta cidade porque sou da Argentina, mas sei que as ruas são Constituyentes e Carretera Federal", diz um trecho da mensagem.
"Peço que ocultem meu telefone porque temo por minha vida. Há três meninas de 12 ou 13 anos. Elas estão sendo prostituídas, é horrível. Somos 15 meninas a quem tiraram os passaportes, mas consegui escapar. Por favor, nos ajudem", finaliza o texto enviado em 14 de maio.
Três dias depois, a Procuradoria Geral do estado de Quintana Roo e a Guarda Nacional do México confirmaram que realizaram o resgate de 17 mulheres "vítimas de tráfico de pessoas na modalidade de exploração sexual e laboral em Playa del Carmen".
Na operação, três homens mexicanos foram detidos: Luis Alfredo Rangel Lobato, Emmanuel Gueva Cordero e Ángel Alberto Ake Fuentes . O trio responderá pelos crimes de tráfico de pessoas e exploração sexual no município de Cancún.
Segundo a mídia argentina, o governo do presidente Javier Milei , através do Ministério da Segurança, já entrou em contato com autoridades do México para dar suporte às argentinas.
Sequestro
As investigações apontam que jovens argentinas foram recrutadas através de vagas divulgadas no Facebook. Em anúncio, os criminosos ofereciam emprego para mulheres interessadas em trabalhar em hotéis de luxo de Cancún, uma das cidades mais turísticas do México.
Ao chegar em território mexicano, porém, as argentinas eram sequestradas, tinham seus passaportes confiscados e passavam a trabalhar em um prostíbulo da região.
Autoridades argentinas afirmaram que as vítimas "estão bem" e protegidas. "As jovens estão bem, hoje à tarde o procurador Raciel López estará conversando com elas para assegurar a proteção do Estado mexicano, já que as meninas permaneceriam lá como testemunhas e temem por suas vidas".
Já a Procuradoria declarou que o Instituto Nacional de Migração foi informado sobre a proteção que será concedida às mulheres. "O problema é que elas entraram como turistas de férias e passaram a ser trabalhadoras, tornando-se ilegais. Mas, por serem vítimas de tráfico e agora testemunhas, terão o apoio e respaldo do Estado do México".
Próximos passos
A investigação visa desvendar quem recrutou as argentinas. Ministra da Segurança, Patricia Bullrich reforçou o empenho do governo da Argentina em combater o tráfico de pessoas.
"Nosso compromisso contra o tráfico é frontal, assim como contra as máfias de narcotraficantes. De fato, em muitos casos, os mesmos narcotraficantes operam redes de tráfico e tráfico de pessoas. Resgatamos e assistimos, entre 1º de janeiro e 30 de abril deste ano, 474 vítimas, e realizamos 961 procedimentos com nossas forças de segurança. São operações contra tráfico sexual, tráfico laboral, prostituição infantil, em 20 províncias argentinas", explicou a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
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