Gaza: Catar acusa Israel de deixar palestinos passarem fome

Último comboio de ajuda humanitária ao povo palestino entrou em Gaza há mais de um mês

População palestina se desloca na Faixa de Gaza
Foto: Divulgação/UNRWA
População palestina se desloca na Faixa de Gaza

Em comunicado sobre a situação do conflito no Oriente Médio divulgado nesta quarta-feira (28), o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar, Majed Al Ansari, pediu à comunidade internacional para que pressione o governo de Israel a permitir a ajuda humanitária em Gaza.

O representante alegou que é "doloroso" ver que todo o esquema de auxílio aos palestinos tem enfrentado problemas, como saques em caminhões de alimentos e a ausência de serviço.

“A fome deliberada do povo palestino não pode ser tolerada e a comunidade internacional deve se opor a esta questão”, declarou Al Ansari, reforçando que “qualquer ajuda” a Gaza “representa uma parte muito pequena daquilo” que o povo palestino precisa.

“Há 2,5 milhões de pessoas que vivem na completa ausência de serviços de saúde e de emergência. Mais de um milhão de pessoas vivem em tendas no Sul da Faixa”, continuou.

Considerando a crise humanitária que afeta o povo palestino, o representante do Catar afirmou que “a ajuda deve ser fornecida gratuitamente e sem restrições”. Al Ansari indicou que 80 aviões com mantimentos foram enviados pelo governo do seu país através de uma ponte aérea, apesar dos “desafios grandes e contínuos” para prestar apoio às pessoas na área.

“Até agora, não assistimos a uma pressão real por parte da comunidade internacional para permitir a entrada total e incondicional de ajuda. O Estado do Catar, em cooperação com seus parceiros, procura pôr fim à agressão antes do mês sagrado do Ramadã. É doloroso que a entrada da ajuda humanitária seja uma das questões a ser negociada”, afirmou.

ONU acusa Israel de bloquear a entrada de ajuda em Gaza

Nesta terça-feira (27) as Nações Unidas (ONU) acusaram o governo Israelense de impedir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

O porta-voz do Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Jens Laerke, afirmou que todos os comboios de ajuda, que deveriam ter entrado pelo Norte da Faixa de Gaza, foram  impedidos pelas autoridades de Israel nas últimas semanas.

Laerke afirmou que até as caravanas autorizadas e negociadas pelo governo israelense têm sido bloqueadas e atacadas pelas Forças Israelenses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a última entrada de ajuda humanitária no território palestino aconteceu há mais de um mês, em 23 de janeiro.