EUA retomará sanções contra petróleo e gás da Venezuela

A licença que aliviava o setor de petróleo e gás termina no dia 18 de abril de 2024, e não será renovado pelo governo norte-americano

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Foto: Fotos Públicas
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

O Governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (30) que não vão renovar a licença que alivia as sanções ao setor de petróleo e gás da Venezuela. A decisão veio após o Tribunal Supremo de Justiça do país manter a inabilitação política da deputada da oposição María Corina Machado. O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, informou em comunicado que a licença vencerá no dia 18 de abril de 2024.

Segundo o governo de Joe Biden, a medida segue após a "falta de avanços" entre o presidente Nicolás Maduro e seus representantes e a Plataforma Unitária. Eles discutiam a permissão de "que todos os candidatos presidenciais concorram nas eleições deste ano".

O comunicado foi emitido horas após o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro americano dar o prazo de até 13 de fevereiro para "liquidar qualquer transação pendente" com a Minerven. A empresa estatal é responsável por extrair ouro na Venezuela.

Como advertência, os Estados Unidos optou por reimpor as sanções ao petróleo, gás e ouro vindos da Venezuela. O país norte-americano havia condicionado que as sanções fossem abaixadas caso tivesse a libertação dos presos políticos e garantias para a realização de eleições livres.

Ainda que a troca de prisioneiros tenha ocorrido desde outubro, quando o acordo foi fixado em Barbados, os Estados Unidos tem se mostrado insatisfeito com os resultados. Segundo o governo de Joe Biden, nos últimos dias, 36 pessoas foram presas, sendo elas civis e militares. Eles são acusados de estarem vinculadas a cinco "conspirações" para assassinar Maduro. 

"As ações de Nicolás Maduro e de seus representantes na Venezuela, incluindo a prisão de membros da oposição democrática e a proibição de candidatos de concorrer nas eleições presidenciais deste ano, são inconsistentes com os acordos firmados em Barbados", informou Miller.

María Corina Machado foi inabilitada politicamente pelo TSJ em 15 anos. Ela havia ganhado com folga as eleições primárias. Segundo a opositora, "Nicolás Maduro não vai escolher o candidato do povo, porque o povo já escolheu seu candidato".

De acordo com o governo norte-americano, o tratado firmado em Barbados "continua a ser o mecanismo mais viável para resolver a crise política, econômica e humanitária de longa duração da Venezuela e realizar eleições competitivas e inclusivas na Venezuela".

Miller acrescenta dizendo que "Maduro e seus representantes respeitem os princípios do 'mapa de rota' e garantam que os atores políticos da oposição tenham o direito de escolher, livremente, seus candidatos para as eleições presidenciais de 2024".