A organização Médicos Sem Fronteiras denunciou nesta sexta-feira (26) que praticamente não resta nenhum sistema de saúde em Gaza. Isso ocorreu depois que grande parte dos serviços do Hospital Nasser, onde a organização atuava, pararam de funcionar devido ao conflito entre Israel e o Hamas. O Ministério da Saúde do Hamas em Gaza relatou um corte total de eletricidade no hospital, o que obrigou a paralisação de todos os equipamentos médicos, incluindo os respiradores.
A capacidade cirúrgica do hospital Nasser, a maior estrutura de saúde de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, é quase inexistente, e o pouco pessoal médico que permanece no hospital precisa trabalhar com cada vez menos material médico. Nos últimos dias, a maior parte dos funcionários do hospital fugiu, e milhares de pessoas que se refugiaram lá, mas entre 300 e 500 pacientes gravemente feridos não puderam ser evacuados, disse a MSF.
Com o Hospital Nasser e o Hospital Europeu fora de serviço, praticamente não resta nenhum sistema de saúde em Gaza, disse Guillemette Thomas, coordenadora médica da MSF, acrescentando que todo o sistema de saúde está fora de serviço no território.
Apenas oito dos 36 hospitais abertos antes da guerra estão agora funcionando parcialmente em Gaza, de acordo com a MSF. No sul, onde se concentra a ofensiva israelense, especialmente em Khan Yunis, todos estão saturados ou inacessíveis.
O conflito em Gaza começou em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas causaram a morte de cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses. As ações de retaliação, com bombardeios incessantes e ações terrestres em Gaza, deixaram até o momento 26.083 mortos, na maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do território.