Nesta terça-feira (23), durante um discurso de campanha no estado da Virginia, o presidente dos EUA e candidato à reeleição Joe Biden foi interrompido por opositores ao conflito na faixa de Gaza, e críticos do apoio que a Casa Branca tem dado a Israel desde o início do atrito com o Hamas, em outubro do ano passado.
Manifestações semelhantes têm ocorrido ao longo das últimas semanas, o que demonstra certa insatisfação de potenciais eleitores de Biden com a sua postura frente à guerra.
NOW: Protestors demanding a ceasefire in Gaza repeatedly disrupt @POTUS 's campaign event in Virginia.
— CODEPINK (@codepink) January 23, 2024
As Biden campaigns on reproductive rights, he continues to give Israel bombs to drop on 50,000 pregnant women in Gaza. pic.twitter.com/bqvEz1rvjM
No momento da interrupção, Biden discursava sobre a necessidade de garantir o direito constitucional das mulheres ao aborto. Em 2022, a Suprema Corte americana derrubou uma decisão de 1973 que garantia esse direito, o que abriu caminho para uma série de medidas restritivas ao longo do país, especialmente em estados republicanos. Ele enfatizava a posição conservadora de Trump e dizia que o rival está 'empenhado' em impor mais restrições ao aborto no país.
Biden foi interrompido mais de dez vezes ao longo do seu discurso - todas as vezes, os manifestantes citavam a situação em Gaza. Além dos pedidos pelo cessar-fogo e pelo reconhecimento de um Estado palestino, os protestantes acusaram o mandatário de bloquear o envio de leite em pó para bebês no enclave palestino, uma referência à demora na entrada de caminhões de suprimentos a partir da fronteira com o Egito.
"Isso vai continuar por mais um tempo. Eles planejaram isso tudo", disse o presidente, que em cada pausa era aplaudido e recebido com o grito de "mais quatro anos".
Desde o começo do conflito em Gaza, o apoio dos EUA a Israel tem sido questionado por setores progressistas dentro do país, que entendem que a Casa Branca está colaborando para o que chamam de "massacre" no território palestino, onde mais de 25 mil pessoas - a maioria crianças, mulheres e idosos - perderam suas vidas, segundo o Ministério da Saúde do enclave.
Em sua defesa, Biden e integrantes do governo afirmam que têm pressionado Israel para reduzir o número de vítimas civis e minimizar o impacto humanitário que meses de bombardeio têm causado aos mais de 2 milhões de moradores de Gaza.