Suriname: polícia emite ordem de captura contra ex-presidente

Condenado por assassinato e contrabando, Dési Bouterse está foragido desde sexta-feira, quando deveria ter se entregado para continuar preso

Ex-presidente do Suriname Dési Bouterse
Foto: Pieter Van Maele/Wikimedia Commons)
Ex-presidente do Suriname Dési Bouterse

Nesta quarta-feira (17), autoridades policiais do Suriname emitiram uma ordem de 'busca e captura' contra o ex-presidente Dési Bouterse, que está foragido após a condenação em apelação a 20 anos de cadeia pela morte de 15 opositores em 1982. As informações são da AFP.

"O promotor-geral da Corte de Justiça do Suriname ordena a busca e captura do condenado" Bouterse, 78 anos, informou a Polícia em sua página na internet. O Ministério Público informou à AFP que "a Interpol também ficará a cargo em nível internacional".

Bouterse foi condenado pelos crimes de contrabando e assassinato em dezembro do ano passado, com a finalização de um processo que se estendeu por 16 anos no total. O Ministério Público havia aceitado um pedido da defesa do ex-presidente para que a pena fosse cumprida em uma instituição com cuidados médicos.

"O Ministério Público fixou como data limite de inscrição 16 de janeiro de 2024, às 18h", destaca o texto, que inclui outro dos corréus - um ex-guarda-costas de Bouterse -, também foragido. "Lamentavelmente, não se registraram. Foram visitados em suas residências pela manhã, mas não foram encontrados", acrescenta o documento.

Ex-presidente está foragido desde sexta-feira (12)


Ainda muito popular no Suriname, Bouterse está foragido desde a última sexta-feira (12), quando deveria ter se entregado para permanecer preso em uma cela construída para ele no Hospital Militar do Suriname.

Sua esposa, Ingrid Bouterse, declarou, então, que ele não se entregaria, por se tratar de um "processo político".

"Estamos dando uma resposta política", afirmou a ex-primeira-dama. Ela insiste que o marido teve uma anistia concedida em 2012, pela execução de pelo menos 15 opositores, em dezembro de 1982. Apesar da anistia concedida a Bouterse pelo Parlamento da época, a justiça seguiu seu curso, que se encerrou na condenação do ex-presidente.