Caso Jeffrey Epstein: documentos ligam Trump e Clinton ao magnata

Magnata é acusado de gerenciar uma rede de crimes sexuais que incluíam pedofilia em uma ilha privativa

Ghislaine Maxwell é ex-namorada e sócia do bilionário Jeffrey Epstein.
Foto: Reprodução/Twitter
Ghislaine Maxwell é ex-namorada e sócia do bilionário Jeffrey Epstein.


Os documentos divulgados nesta quarta-feira (3) sobre o caso de  Jeffrey Epstein citam relação entre o bilionário e os ex-presidentes dos Estados Unidos Bill Clinton e Donald Trump. Além deles, o príncipe Andrew, integrante da família real britânica, também teria ligação com o magnata. Epstein é acusado de comandar uma rede de crimes sexuais, incluindo casos de pedofilia em uma de suas ilhas particulares. Ele foi morto na prisão.

Embora não tenham surgido novas evidências com a divulgação dos documentos anteriormente mantidos em sigilo, depoimentos de supostas vítimas que acusam Epstein destacam suas conexões com figuras proeminentes da política mundial.

Os 45 documentos judiciais tornados públicos fazem parte de um processo por difamação iniciado em 2015 por Virginia Giuffre, uma das vítimas de Epstein, contra Ghislaine Maxwell, uma associada de longa data de Epstein que foi condenada em 2021 por conspiração relacionada à sua operação de tráfico sexual. Maxwell está cumprindo uma pena de 20 anos de prisão.

Os documentos, originalmente lacrados ou editados para proteger a identidade de mais de 100 vítimas, associados ou amigos de Epstein, foram abertos ao público pela juíza Loretta A. Preska, que observou que a maioria dos nomes já havia sido divulgada em outros processos ou reportagens. Alguns nomes permaneceram sob sigilo, referindo-se a vítimas que eram menores de idade na época.

Entre os documentos divulgados estava o depoimento de maio de 2016 de Johanna Sjoberg, uma suposta vítima de Epstein. Ela mencionou ter tido contato com o magnata entre 2001 e 2006, testemunhando sobre conversas de Epstein com Bill Clinton e sobre uma suposta viagem não planejada com Donald Trump.

Clinton negou qualquer conhecimento dos crimes de Epstein, enquanto um porta-voz de Trump afirmou que ele não era um admirador de Epstein e teve desentendimentos com ele no passado. Quanto ao príncipe Andrew, Sjoberg testemunhou sobre um encontro em que ele teria colocado a mão em seu peito.

Os documentos também mencionam a queda de figuras como o ex-CEO do Barclays, Jes Staley, e o cofundador da Apollo Global Management, Leon Black, devido aos laços com Epstein. Muitos indivíduos proeminentes associados a Epstein afirmaram não ter conhecimento de seu comportamento abusivo.

Embora os documentos não detalhem irregularidades cometidas por outros além de Epstein, seu relacionamento com diversas personalidades continua a intrigar, alimentando teorias da conspiração. Mais de 200 documentos foram ordenados para abertura, com o restante aguardando divulgação nos próximos dias.

Além das figuras políticas, depoimentos mencionam a presença de celebridades como Michael Jackson e David Copperfield nas propriedades de Epstein, sem implicá-los diretamente em qualquer crime. Estes relatos, narrados por Johanna Sjoberg, mencionam encontros em propriedades de Epstein, porém, sem indícios de envolvimento em atividades criminosas.