A principal oficial eleitoral do estado do Maine (EUA) retirou o ex-presidente Donald Trump das eleições primárias em 2024, fazendo com que o nome do ex-mandatário não conste nas cédulas de votação das primárias do Partido Republicano na região. A decisão foi baseada na “proibição insurrecionista” da 14ª Emenda.
A sentença fez com que Maine se tornasse o segundo estado norte-americano a impedir que Trump concorra à vaga para ser candidato nas eleições presidenciais do ano que vem.
A secretária de Estado do Maine, Shenna Bellows, usou a mesma justificativa da Suprema Corte do Estado do Colorado para tomar a decisão: o papel desempenhado por Trump durante a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Apesar da sentença, o republicano ainda pode concorrer às eleições presidenciais, já que as decisões têm validade estadual.
No Maine, a sentença foi feita com base na 14ª Emenda da Constituição dos EUA, que afirma que quem tenha “se envolvido em uma insurreição ou rebelião” contra o governo não pode ocupar cargos civis ou militares em gestões federal ou estadual.
Shenna Bellows disse estar "ciente" de que “nenhum secretário de Estado jamais privou um candidato presidencial do acesso ao voto” com base na 14ª Emenda, mas também disse estar "consciente" de que "nenhum candidato presidencial alguma vez se envolveu numa insurreição”.
Na decisão, ela afirmou que Trump “estava ciente da probabilidade” de que atos de violência fossem registrados em 6 de janeiro e que, “pelo menos inicialmente”, apoiou essa violência por parte de seus apoiadores, “uma vez que ele a encorajou com retórica incendiária e não tomou nenhuma ação oportuna para impedi-la”.
O porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, disse ao jornal The New York Times que as decisões do Maine e do Colorado representam “esforços partidários de interferência eleitoral” e que foram “um ataque hostil à democracia norte-americana”.
A campanha do republicano disse que ele vai recorrer das decisões.