Venezuela e Guiana renunciaram ao uso da força, diz Celso Amorim à CNN

Fala do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, ocorreu nesta sexta (15)

Foto: Marcelo Garcia / AFP
Irfaan Ali à esquerda, presidente da Guiana e Nicolás Maduro, da Venezuela, à direita


O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, destacou nesta sexta-feira (15), em entrevista à CNN Brasil, que houve avanços significativos nas negociações entre Venezuela e Guiana, ressaltando que ambos os países renunciaram à ameaça de uso da força, o que contribuiu para conter a escalada de tensão na região.

Os presidentes Nicolás Maduro (Venezuela) e Irfaan Ali (Guiana) se encontraram em São Vicente e Granadinas, encerrando o encontro com um aperto de mãos simbólico.

Celso Amorim representou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no encontro.

Amorim enfatizou que, inicialmente, consideraria uma vitória se ambos os líderes concordassem em realizar uma nova reunião, mas a renúncia à ameaça militar foi um avanço significativo nas negociações. Maduro e Ali planejam se reunir novamente no Brasil daqui a três meses, indicando a continuidade do diálogo.

A tensão entre os dois países aumentou após a Venezuela realizar um referendo para anexar a região da Essequibo, nomeando um interventor.

Em resposta, a Guiana solicitou apoio dos Estados Unidos, indicando disposição para aceitar uma base americana se necessário.

Ainda durante a entrevista, Celso Amorim ressaltou que, embora o problema não tenha sido totalmente resolvido, as negociações continuam, e a escalada de tensão na região foi contida.


Destacou também o papel fundamental de Lula como mediador, considerando o Brasil o único país com fronteira terrestre tanto com a Venezuela quanto com a Guiana.

Maduro retornou à Venezuela descrevendo o diálogo como "vitorioso", enquanto Amorim destacou que uma boa diplomacia é aquela em que ambas as partes saem da mesa de negociações sentindo que ganharam algo.