O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou em uma entrevista anual concedida à imprensa, em Moscou, que a paz com a Ucrânia só acontecerá quando a Rússia “atingir seus objetivos”.
"Vou lembrá-lo do que estamos falando: a desnazificação da Ucrânia, sua desmilitarização, sua neutralidade", disse o presidente nesta quinta-feira (14). Putin menciona esses pontos desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, e já acusou as forças ucranianas e o próprio presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de antissemitismo.
As acusações se dão por conta de imagens que viralizaram nas redes sociais em que militares ucranianos aparecem usando símbolos nazistas em seus uniformes. Em outro episódio, o presidente ucraniano foi criticado por ter aplaudido de pé um veterano nazista que foi homenageado no Parlamento do Canadá, em setembro deste ano.
"Sobre a desmilitarização, se eles não quiserem chegar a um acordo, então nós seremos forçados a tomar outras medidas, incluindo militares. Ou iremos concordar sobre certos termos", afirmou o presidente.
Ao longo da coletiva, Putin revelou o número de soldados russos na guerra — dado que nunca havia sido informado anteriormente — e falou sobre a economia do país.
Segundo ele, a Rússia hoje conta com 617 mil militares em guerra, sendo 1,2 milhão em toda a Rússia. Putin indicou que não haverá nova convocação de reservistas, já que 486 mil voluntários foram convocados. “Em quase toda linha de frente, nossas forças armadas melhoram suas posições. Quase todas estão em fase ativa”, informou o presidente russo.
Aos 600 jornalistas presentes, Putin se referiu ao conflito como “uma guerra civil, porque russos e ucranianos são um só povo”.
A Ucrânia, por sua vez, tem buscado apoio em outros países, em especial os Estados Unidos, para suprir a quantidade necessária de militares na linha de frente e buscar financiamento para as forças armadas do país.
No evento organizado pelo governo, em um pavilhão de congressos próximo ao Kremlin, Putin enfatizou sua preocupação com a economia, que sofre uma inflação de 8%, mas disse que espera um crescimento de 3,5% no PIB do país.
Na última semana, o líder russo revelou que irá concorrer à reeleição no país. Se vencer, permanecerá no poder até 2030.