O assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim , expressou preocupação diante de uma possível escalada militar entre Venezuela e Guiana após o referendo convocado pelo governo de Nicolás Maduro sobre a criação de um novo estado no território de Essequibo.
A causa recebeu mais de 95% de apoio na consulta popular realizada no último domingo (3). "Eu acho perigoso você misturar uma política eleitoral, ou mesmo que não só eleitoral.
Não estou entrando no mérito nem na justiça do pedido venezuelano, mas é uma pretensão de natureza jurídica, histórica, com a mobilização da opinião popular", afirmou o ex-chanceler ao jornal Valor Econômico.
"Acredito que não é a intenção do presidente Maduro tomar uma medida militar agressiva, de ataque mesmo. Mas, às vezes, essas questões saem do controle. Às vezes, até alguém que hoje está na oposição pode usar isso", acrescentou Amorim.
O assessor disse que o governo Lula quer ter "boas relações com a Venezuela e a Guiana", que também poderia "tomar medidas que não interessam", como"chamar tropas de outros países para ajudá-la na eventualidade de uma invasão".
Em sua viagem aos Emirados Árabes, o presidente brasileiro manifestou preocupação com o risco de um conflito entre Venezuela e Guiana, dois países que fazem fronteira com o estado de Roraima.