Corte russa define ativismo LGBTQIA+ como organização extremista

Decisão divulgada na última semana compreende a proibição de cirurgias de mudança de sexo e tratamentos hormonais

Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Foto: Kremlin - 09.10.2023
Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O Supremo Tribunal da Rússia chegou à decisão de que o movimento ativista pela causa LGBTQIA+ equivale a uma organização extremista. As informações são do G1.

Validada na última semana, a decisão já desencadeou ações de repressão, incluindo batidas policiais em espaços como bares e boates gays da capital. 

"Isto é uma repressão real. Há pânico na comunidade LGBTQIA+ da Rússia. As pessoas estão emigrando com urgência. A palavra que estamos usando é evacuação. Estamos tendo que evacuar do nosso próprio país. É terrível", disse Sergei Troshin, vereador de São Petersburgo que se declarou gay no ano passado, a BBC News.

A justificativa da instituição sobre o veredito foi de que o ativismo do grupo estaria incitando a discórdia social e entrando em conflito com questões religiosas.

Para a oposição do governo de Vladimir Putin, a decisão serve de bode expiatório para distrair a opinião pública das consequências advindas da invasão russa na Ucrânia no período que antecede as eleições presidenciais.

Em princípio, os maiores efeitos em relação à decisão foram a proibição das cirurgias de mudança de sexo, dos tratamentos hormonais, adoção de crianças e casamento entre pessoas LGBTQIA+.

Pessoas que portarem bandeiras com o arco-íris, símbolo da causa, podem levar de 15 dias a quatro anos de prisão.