Palestinos que se reuniram nesta quarta-feira (22) com o papa Francisco afirmaram que o líder da Igreja Católica reconheceu a existência de um "genocídio" na Faixa de Gaza, informação negada pelo Vaticano.
Durante a manhã, o pontífice recebeu separadamente delegações de israelenses que tiveram parentes sequestrados pelo Hamas e de palestinos com familiares mantidos como prisioneiros em Israel.
Após os encontros, o Papa declarou na audiência geral que os dois lados "sofrem" com o conflito e que não se trata mais de uma guerra, mas sim de "terrorismo".
"O Papa reconheceu que vivemos um genocídio", afirmou a palestina Shrine Halil, originária de Belém, na Cisjordânia, e que participou da reunião com Jorge Bergoglio nesta quarta. "Ele nos disse que o terrorismo não se combate com terrorismo ", acrescentou.
Os palestinos também convidaram Francisco para visitar Gaza e "levar a paz" para a região.
Pouco depois, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, explicou que o Papa não usou a palavra "genocídio". "Ele utilizou os termos com os quais se expressou na audiência geral, palavras que, de qualquer maneira, representam a situação terrível vivida em Gaza", salientou.
Os palestinos, no entanto, rebateram que "todos ouviram" o pontífice falar em genocídio.
Por sua vez, a presidente da União das Comunidades Hebraicas Italianas, Noemi Di Segni, acusou Francisco de colocar Israel e Hamas "no mesmo plano".
"O ponto de partida é o terror que busca o extermínio dos judeus no mundo inteiro, enquanto a guerra é necessária para a defesa de Israel e de sua população. Ela leva sofrimento às vítimas, mas deve ser associada a quem é o verdadeiro responsável", ressaltou.