A negociação de trégua entre Israel e o Hamas deve permitir que os primeiros reféns sejam libertados da Faixa de Gaza nesta quinta-feira (23). Desde o início do conflito, esse é o primeiro tratado entre as partes, que também acordaram um cessar-fogo de quatro dias a ser iniciado também nesta quinta.
Cerca de 50 reféns dos 240 sequestrados pelo Hamas devem ser liberados; em troca, Israel libertará 150 palestinos mulheres e menores de idade. De acordo com o governo de Israel, existem 300 prisioneiros aptos a serem trocados pelos reféns. O número – o dobro do acordado – é um indicativo de que mais libertações poderão ocorrer futuramente.
A população israelense terá um prazo de 24 horas para contestar os nomes na lista, permitindo que apelos contra as solturas de determinados prisioneiros sejam submetidos à Suprema Corte de Israel. Pelo prazo, se estima que na manhã de quinta ocorra a libertação do primeiro grupo de prisioneiros palestinos. Lideranças do Hamas, por outro lado, já afirmaram que os primeiros reféns serão soltos às 10h locais (ou 5h no horário de Brasília).
Segundo o jornal The Times of Israel, esses palestinos foram presos sob acusação de jogar pedras contra policiais na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, além de iniciar tumultos. O governo, ainda segundo o jornal, havia afirmado que não negociaria a soltura de pessoas condenadas por homicídio, mas na relação de prisioneiros existem nomes de pessoas presas por tentar esfaquear agentes.
Sem afirmar um horário definitivo, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, afirmou que a libertação deve ocorrer nesta quinta. O acordo foi costurado durante semanas de conversas em Doha, no Qatar. Na Jordânia, país que tem auxiliado nas negociações, há expectativa de líderes de que os diálogos sejam um passo para o fim da guerra.