Soldados israelenses invadem maior hospital de Gaza; OMS perde contato

Israel diz que sede do Hamas fica sob o hospital al-Shifa; grupo nega

Foto: Marwan Sawwaf/Alef MultiMedia/Oxfam - 10/10/2023
Entrada do hospital al-Shifa

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram nesta quarta-feira (15) que estão realizando uma invasão ao hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. A unidade está sendo atacada há dias, enquanto pacientes morrem  por conta de equipamentos desligados pela falta de energia decorrente dos ataques. A OMS perdeu o contato com a unidade nesta quarta-feira.

Segundo as IDF, a invasão desta quarta-feira é "precisa e direcionada" contra o Hamas, e acontece apenas em uma "área específica" do hospital, onde os militares buscam por infraestruturas e armas do Hamas.

As IDF citam "informações de inteligência" que indicam que uma espécie de central de controle do Hamas fica no hospital. O grupo nega.

De acordo com a imprensa local, dezenas de soldados israelenses entraram no hospital, enquanto tanques ficaram estacionados no pátio do complexo médico. À rede de televisão Al Jazeera, o diretor-geral dos hospitais de Gaza, Munir al-Bursh, disse que os militares revistaram o porão do hospital al-Shifa e entraram nas alas cirúrgica e de emergência do complexo.

Ainda segundo a imprensa local, os soldados teriam interrogado pessoas no pátio do hospital e explodido um armazém de medicamentos e dispositivos médicos.

Do outro lado, as IDF publicaram fotos de soldados entregando ajuda humanitária na entrada do hospital.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que o órgão perdeu contato com os profissionais da saúde do hospital al-Shifa durante a invasão. "Estamos extremamente preocupados com a segurança deles e de seus pacientes", escreveu ele nas redes sociais.

Cerca de 700 pacientes permanecem no hospital al-Shifa, que tem mais de mil profissionais da saúde presos na unidade desde o início dos ataques israelenses à unidade nos últimos dias. Além disso, mais de 2 mil refugiados se abrigam no hospital.