Câmara dos EUA censura deputada que defende a Palestina; entenda

Rashida Tlaib recebeu repreensão formal no Congresso

Foto: Reprodução/Twitter
Rashida Tlaib foi censurada pela Câmara

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na noite desta terça-feira (7) a censura à deputada democrata Rashida Tlaib. Após defender a causa palestina , ela foi acusada de "promover narrativas falsas" sobre os ataques do Hamas a Israel e de "apelar à destruição" de Israel.

A censura de Rashida, que é a única representante palestina-americana na Câmara, foi aprovada por 234 votos a 188. Resoluções de censura não têm impacto nas funções de deputados, mas representam uma repreensão formal no Congresso e estão um passo abaixo da expulsão da Câmara.

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, Rashida tem defendido um cessar-fogo e a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Nesta terça-feira, antes de ter a censura aprovada, a deputada discursou no Congresso apelando para que o presidente Joe Biden apoie um cessar-fogo.

"Eu peço ao presidente para ter a coragem de pedir por um cessar-fogo e pelo fim das mortes", disse ela. "Sou a única palestina-americana servindo no Congresso, e minha perspectiva é necessária aqui, agora mais do que nunca. Não serei silenciada e não permitirei que ninguém distorça minhas palavras", afirmou.

"Tentar me intimidar ou censurar não vai funcionar porque este movimento por um cessar-fogo é muito maior do que uma pessoa. Está crescendo a cada dia", completou a deputada, citando movimentos civis nos Estados Unidos.

Em sua fala, a deputada ainda criticou a política do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e disse que "nenhum governo está isento de críticas". "A ideia de que criticar o governo de Israel é antissemita estabelece um precedente muito perigoso e está sendo usada para silenciar diversas vozes que defendem os direitos humanos em toda a nossa nação", declarou.