A Oxfam, movimento global contra a desigualdade, publicou um comunicado nesta quarta-feira (25) no qual afirma que a "fome está sendo usada como arma de guerra contra os civis na Faixa de Gaza".
De acordo com a entidade, que analisou dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a região está tendo acesso a apenas 2% da quantidade habitual de alimentos desde que Israel impôs um cerco total ao território palestino.
Antes do início da guerra, 104 caminhões entregavam alimentos na Faixa de Gaza por dia. Agora, apenas 62 caminhões foram autorizados a entrarem na região nos últimos dias, após duas semanas de bloqueio total. Desses, apenas 30 eram de alimentos, e não exclusivamente.
Além disso, a agência da ONU que atua na Faixa de Gaza (UNRWA) afirma que alguns dos alimentos que chegaram à região, como arroz e lentilha, são inúteis, já que a população não tem água para cozinhá-los.
"A cada dia a situação piora. As crianças estão sofrendo traumas graves devido aos constantes bombardeamentos, a sua água potável está poluída ou racionada e em breve as famílias não vão conseguir alimentá-las também. Quanto mais se espera que os habitantes de Gaza aguentem?", questiona Sally Abi Khalil, diretora regional da Oxfam para o Oriente Médio.
No comunicado, a Oxfam ainda afirma que a situação na Faixa de Gaza "se enquadra perfeitamente" na proibição internacional do uso da fome como arma de guerra.
"A Oxfam insta o Conselho de Segurança da ONU e os Estados-membros da ONU a agirem imediatamente para evitar que a situação se deteriore ainda mais. E apela a um cessar-fogo imediato, ao acesso irrestrito e equitativo a toda a Faixa de Gaza para a ajuda humanitária e a todos os alimentos, água, medicamentos e fornecimentos de combustível necessários para satisfazer as necessidades da população", diz a entidade.