Resolução brasileira sobre a guerra deve ser votada hoje na ONU

Proposta russa foi rejeitada pelo Conselho de Segurança da ONU nessa segunda (16) por não condenar as ações do Hamas

Prédio destruído por bombardeiros na Faixa de Gaza
Foto: Divulgação/ONU
Prédio destruído por bombardeiros na Faixa de Gaza

Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) discute, nesta terça-feira (17), uma proposta de um texto para a resolução do conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas feito pelo delegação brasileira. Nessa segunda (16), a  proposta escrita pelos diplomatas russos foi rejeitada pela cúpula.

A resolução da Rússia apresentava uma proposta de cessar-fogo imediato, abertura de corredores humanitários e liberação de reféns com segurança.

Segundo a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, o texto foi rejeitado porque não condenava diretamente as ações do Hamas. De acordo com ela, não mencionar o grupo extremista a qualquer momento faz com que a Rússia dê cobertura a eles. “Ignora o terrorismo do Hamas e desonra suas vítimas”, afirmou.

A proposta do Brasil tem mais chances de ser aprovada, já que condena os ataques do Hamas a Israel. O texto brasileiro também pede a revogação da ordem para que civis e funcionários da ONU que estão na Faixa de Gaza se desloquem em direção ao sul, mas não menciona Israel.

A resolução ainda pede pausas humanitárias para que ajudar possa ser levada a civis.

O Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) e outros 10 que fazem parte do conselho roativo (Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes).

A ofensiva no Oriente Médio começou após o  Hamas realizar um ataque surpresa em Israel no último dia 7. Na ocasião, o grupo radical bombardeou o sul israelense com mais de 5 mil foguetes. Além do ataque aéreo, militantes do grupo se infiltraram em território israelense por água e terra, em uma incursão sem precedentes com homens armados no sul do país.

Depois disso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao grupo.

Na quinta-feira (12), as  Forças Armadas de Israel pediram que os moradores de Gaza, que é comandada pelo Hamas, deixassem a região em até 24 horas e se deslocassem em direção ao sul.

Após o fim do prazo dado pelo país, o Exército israelense intensificou os ataques contra Gaza, em contraofensiva.

De acordo com a agência da ONU que apoia os refugiados palestinos (UNRWA), em torno de 1 milhão de moradores de Gaza deixaram suas casas fugindo dos ataques. No sul da Faixa de Gaza, a situação já é "insuportável", segundo a ONU, com famílias chegando a abrigos que não têm alimento, eletricidade, remédios e outros itens básicos para recepcioná-las.