Nobel da Literatura: escritor norueguês é o vencedor do prêmio em 2023

Jon Fosse competia contra Lyudmila Ulitskaya, Salman Rushdie, Mircea Cartarescu, Peter Nadas e Margaret Atwood; ele ficou conhecido pelo "minimalismo Fosse”

Escritor norueguês vencedor do Nobel de Literatura, Jon Fosse
Foto: Divulgação/Correio 24 horas
Escritor norueguês vencedor do Nobel de Literatura, Jon Fosse

A Academia Sueca em Estocolmo , responsável pelo Prêmio Nobel , anunciou nesta quinta-feira (05) o vencedor da categoria de  Literatura em 2023. O escritor norueguês Jon Fosse foi o escolhido pela Academia, que teceu elogios ao escritor pelas “suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível”.

O escritor norueguês de 64 anos é o responsável por criar 40 peças, além de diversos romances, poesias, ensaios, livros infantis e traduções.

Dentre os projetos que criou, estão sete obras agrupadas em um único volume chamado de "Septologia". Nela, é descrito a história de um pintor idoso e viúvo, que vive sozinho, e que é confrontado com a realidade da religião, identidade, arte e vida familiar.

A obra com cerca de 800 páginas tem sido ovacionada pela forma como trabalha a experimentação formal. Segundo os especialistas, a maneira como Fosse traça uma prosa meditativa é dificilmente interrompida por pontuação, criando desta forma um fluxo contínuo e encantatório para o questionamento filosófico.

Segundo o comitê, "Fosse combina fortes laços locais, tanto linguísticos como geográficos, com técnicas artísticas modernistas”. Eles ainda listam algumas influências do norueguês na maneira de escrita, citando o dramaturgo irlandês Samuel Beckett e o poeta austríaco Georg Trakl.

"Embora Fosse partilhe a perspectiva negativa dos seus antecessores, não se pode dizer que a sua visão gnóstica particular resulte num desprezo niilista pelo mundo. Na verdade, há grande calor e humor no seu trabalho, e uma vulnerabilidade ingênua às suas imagens nítidas da experiência humana", dia a Academia.

Alguns críticos da premiação questionam mais uma vez a escolha de um escritor europeu. Segundo as críticas, escritores de outros continentes são postos de escanteio. Outro ponto levantado é a predominância de homens entre os vencedores, sendo 103 laureados em literatura, contra 17 mulheres escolhidas.