Justiça de Nova York considera que Donald Trump cometeu fraude

Ex-presidente teria fornecido demonstrações financeiras falsas por quase uma década para obter benefícios em empréstimos e seguros

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos
Foto: Gage Skidmore / Flickr - 05.10.2016
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos

Um juiz de Nova York declarou o  ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a Organização Trump responsáveis por fraude, afirmando que eles forneceram demonstrações financeiras falsas durante aproximadamente uma década. A defesa do ex-mandatário disse que ele pretende recorrer da decisão dessa terça-feira (26).

Ontem, o juiz Arthur Engoron acatou o processo da procuradora-geral do estado, Letitia James, que acusa Trump de inflar ilegalmente seus ativos e patrimônio líquido em até U$ 2,23 bilhões (R$ 11,1 bilhões) nas demonstrações financeiras anuais.

Conforme o processo,  Trump, três de seus filhos, suas empresas e seus executivos teriam fraudado credores, seguradoras e outras entidades. Além disso, o  ex-presidente ainda teria obtido um benefício financeiro "substancial" ao apresentar informações erradas sobre suas demonstrações financeiras.

Letitia James acusou Trump de ter mentido sobre seu patrimônio para obter melhores condições de empréstimos bancários e seguros. 

Entre os ativos que tiveram os valores inflacionados estão a  propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, seu apartamento de cobertura na Trump Tower, em Manhattan, e outros edifícios de escritórios, além de campos de golfe.

"Ele afirma que se os valores dos imóveis subiram nos anos desde que as [demonstrações financeiras] foram apresentadas, então os números não foram inflacionados naquela altura", escreveu Engoron na decisão. "Ele também parece sugerir que os números não podem ser inflacionados porque ele poderia encontrar um 'comprador da Arábia Saudita' para pagar qualquer preço que ele sugerir."

Um julgamento sobre o caso foi marcado para a próxima segunda-feira (2) e pode durar até dezembro.

O advogado de Trump, Christopher Kise, disse que a decisão é "completamente desconectada dos fatos e da lei".

Nas redes sociais, um dos filhos do ex-presidente, Eric Trump também se manifestou sobre o caso. "Hoje perdi toda a fé no sistema jurídico de Nova York. Nunca antes vi tanto ódio contra uma pessoa por parte de um juiz – um esforço coordenado com o Procurador-Geral para destruir a vida, a empresa e as realizações de um homem. Dirigimos uma empresa excepcional – nunca falhamos no pagamento de um empréstimo, rendemos aos bancos centenas de milhões de dólares, desenvolvendo alguns dos activos mais emblemáticos do mundo. No entanto, hoje, a perseguição à nossa família continua."