O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceitou um convite do líder Kim Jong-un para visitar a Coreia do Norte "no momento mais apropriado", confirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta quinta-feira (14).
Segundo a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, Kim convidou Putin durante o jantar oficial que teve com o líder do Kremlin na quarta-feira, após a cúpula realizada no centro espacial Vostochny, na região russa de Amur.
Na ocasião, os dois anunciaram o fortalecimento das relações e da cooperação entre as partes.
"No final da recepção, Kim Jong-un gentilmente convidou Putin para visitar a Coreia do Norte no momento mais apropriado. Putin aceitou o convite com prazer e reafirmou a sua vontade de dar continuidade à história e tradição de amizade entre a Rússia e a Coreia do Norte", diz o comunicado.
A cúpula entre os dois líderes - a primeira em mais de quatro anos - ocorreu no momento em que Pyongyang procura reforçar os laços militares com Moscou e duplicar a aposta no desenvolvimento de armas, em um contexto de crescente cooperação em matéria de segurança entre os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul.
A KCNA também informou que os dois líderes conversaram sobre o fortalecimento da cooperação para "frustrar a ameaça militar e a provocação dos imperialistas".
"Discutiram com espírito aberto as questões importantes e a cooperação imediata que surgem na defesa da soberania, do desenvolvimento e dos interesses dos dois países", acrescenta o texto, segundo o qual Kim também foi informado sobre as características técnicas do foguetes russos.
Além disso, o líder da Coreia do Norte reforçou a Putin que está confiante de que a Rússia alcançará uma "grande vitória" sobre os seus inimigos.
Moscou, agora considerado pária no Ocidente depois de deflagrar uma ofensiva contra a Ucrânia, tem procurado fortalecer as suas alianças com outros líderes condenados ao ostracismo pelos países democráticos. Não surpreendentemente, Putin elogiou o "fortalecimento da cooperação e da amizade" bilateral.
Autoridades e especialistas dos EUA e da Coreia do Sul expressaram preocupação com a reunião e com um possível acordo de armas entre os dois países, o que poderia ajudar os esforços de guerra de Moscou na Ucrânia.