Subiu para 5,5 mil o número confirmado de mortes nas devastadoras inundações que atingiram a parte oriental da Líbia no início da semana. O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (14) pelos Serviço de Emergência do governo de união nacional reconhecido pela ONU e baseado na capital Trípoli. Apesar disso, estimativas apontam que o número de mortos pode chegar a 20 mil.
De acordo com o boletim, outras 7 mil pessoas ficaram feridas. Alguns veículos da imprensa líbia já falam em mais de 6 mil mortos no desastre natural, enquanto outros meios estimam que o número pode chegar a 20 mil. Centenas de corpos foram arrastados pela força da água até o Mediterrâneo, o que dificulta a contagem das vítimas.
A cidade mais atingida foi Derna, cujo prefeito, Abdulmenam al-Ghaithi, destacou nesta quinta a necessidade de "equipes especializadas em procurar corpos". "Temo que a cidade seja contaminada por uma epidemia por causa do grande número de cadáveres sob os destroços e na água", acrescentou.
As ajudas internacionais estão começando a chegar lentamente em Derna, mas a própria situação política da Líbia prejudica a efetividade das operações de emergência.
Desde a queda do ditador Muammar Kadafi, em 2011, a Líbia é palco de disputas entre milícias que hoje se dividem entre dois governos: o gabinete de união nacional sediado em Trípoli e reconhecido pela ONU e um paralelo com base em Sirte e que controla a porção do país afetada pelas inundações.
Enquanto isso, o presidente do Conselho Presidencial Líbio, Mohamed al-Menfi, que faz as vezes de chefe de Estado, ordenou que o Ministério Público investigue os colapsos de duas barragens em Derna, que foram cruciais para a magnitude da tragédia.
Há relatos de que os reservatórios estavam sem manutenção havia anos.