Rússia confirma morte de Prigozhin após análise genética de corpos

Chefe do Grupo Wagner morreu em queda de avião na última quarta-feira (23); Kremlin nega envolvimento no episódio

Líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin
Foto: Reprodução/redes sociais - 21.08.2023
Líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin

Análise genética confirmou a  morte do chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, após a queda do avião em que ele estavam na última quarta-feira (23), afirmaram autoridades russas neste domingo (27).

Segundo o Comitê de Investigação (SK), as identidades de todas as 10 vítimas que morreram no episódio foram estabelecidas e correspondiam às da lista de passageiros do voo. Conforme o SK, as investigações criminais sobre o caso continuam.

"Os testes genéticos moleculares foram concluídos", afirmou em comunicado. "De acordo com os resultados, foram apuradas as identidades de todos os 10 mortos e correspondem à lista publicada no manifesto de voo."

Entre as vítimas estavam figuras importantes do Grupo Wagner, entre elas, Dmitry Utkin, que administrou as operações militares dos mercenários, e outros integrantes, como Valery Chekalov, Sergei Propustin, Yevgeny Makaryan, Alexander Totmin e Nikolay Matuseyev.

Na noite de quarta,  autoridades russas anunciaram a morte do chefe do grupo mercenário que estava a bordo de um avião particular que caiu na Rússia, a noroeste de Moscou. A queda levou à morte de todos os ocupantes da aeronave. 

Na última sexta (25), a  Rússia encontrou as caixas-pretas do avião, assim como os restos mortais das vítimas. No mesmo dia, o Kremlin negou ter ordenado a morte do líder do Grupo Wagner após especulações em torno do ocorrido. O porta-voz Dmitry Peskov disse que as alegações de que a Rússia deu ordem para matar o chefe do grupo de mercenários são "uma mentira completa".

"Alegações contra o Kremlin são 'mentiras completas'", afirmou Peskov a jornalistas. Na ocasião, o porta-voz disse que havia "muita especulação" em torno da queda do avião e da "morte trágica" dos passageiros a bordo.

Ainda na sexta, dois dias após a morte de Prigozhin, o  presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou uma ordem executiva para que os integrantes do Wagner façam um juramento de lealdade ao Kremlin.

Dois meses antes do ocorrido, Prigozhin liderou uma tentativa de rebelião contra o Kremlin.

Tentativa de motim

O Grupo Wagner, liderado por Prigozhin à época, ameaçou invadir a capital russa e se dirigiu a Moscou em 23 de junho,  até que um acordo foi anunciado no dia seguinte.

No sábado, 24,  Peskov confirmou que houve negociações entre as partes, mediadas pelo governo de Belarus, e um acordo foi alcançado com o grupo. Ele acrescentou que "evitar derramamento de sangue é mais importante do que perseguir alguém criminalmente".

Nenhum dos membros do Grupo Wagner que participaram da rebelião será alvo de perseguição criminal. Os mercenários que não aderiram à revolta serão integrados ao Ministério da Defesa russo.

Na ocasião, também foi acordado que Prigozhin se exilasse em Belarus, país aliado de Moscou, e deixar o front na Ucrânia e em São Petersburgo.