Grupo Wagner: Prigozhin diz estar na África em 1º discurso após motim

Líder do grupo de mercenários não divulgou localização exata, mas indicou estar no continente africano, em vídeo compartilhado nas redes sociais

Líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin
Foto: Reprodução/redes sociais - 21.08.2023
Líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin

O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, divulgou um vídeo fazendo o primeiro discurso desde que liderou a  tentativa de rebelião contra a Rússia no final de junho. As imagens indicam que ele e seus combatentes estariam em algum país da África.

A gravação foi publicada em canais do Telegram e reproduzidas nas redes sociais. No vídeo,  Prigozhin aparece vestindo um uniforme militar camuflado e segurando um rifle em uma região deserta, mas não indica o local exato em que ele está. 

"Trabalho. A temperatura está acima de 50 graus. Assim como nós gostamos. Estamos conduzindo atividades de pesquisa e reconhecimento, para tornar a Rússia ainda maior em todos os continentes, e a África ainda mais livre. Justiça e felicidade para os povos africanos", disse o líder do grupo de mercenários, conforme a agência Ansa .

"O grupo segue desenvolvendo as atividades determinadas e que prometemos cumprir bem. Se precisarem de estabilidade e segurança, nos contatem", afirmou, dirigindo-se aos países africanos.

No fim de junho, em entrevista à mídia local,  Prigozhin havia dito que os mercenários estavam prontos para aumentar a presença na África.  "Não estamos reduzindo [nossa presença], aliás, estamos prontos para aumentar nossos vários contingentes", disse Prigozhin à agência de notícias africana Afrique Media , sediada em Camarões, segundo a Reuters .

Na ocasião, o chefe do grupo disse que o Wagner está cumprindo com todas as suas obrigações no continente e que quer aprofundar ainda mais as relações com os países africanos.

Relembre o caso

O Grupo Wagner ameaçou invadir a capital russa e se dirigiu a Moscou no último dia 23 de junho,  até que um acordo foi anunciado no dia seguinte.

No sábado, 24,  o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que houve negociações entre as partes, mediadas pelo governo de Belarus, e um acordo foi alcançado com o grupo. Ele acrescentou que "evitar derramamento de sangue é mais importante do que perseguir alguém criminalmente".

Nenhum dos membros do grupo Wagner que participaram da rebelião será alvo de perseguição criminal. Os mercenários que não aderiram à revolta serão integrados ao Ministério da Defesa russo.

Na ocasião, também foi acordado que Prigozhin se exilasse em Belarus, país aliado de Moscou, e deixar o front na Ucrânia e em São Petersburgo.