Após uma campanha marcada por homicídios, o Equador se prepara para escolher um novo presidente por meio de eleições antecipadas. O atual presidente, Guillermo Lasso, dissolveu a Assembleia Nacional e convocou um novo pleito devido à turbulência política.
Os eleitores equatorianos deram início a votação no primeiro turno das eleições presidenciais e para a Assembleia Nacional neste domingo (20). A campanha foi manchada pelo assassinato de Fernando Villavicencio, um dos candidatos, e por outros episódios violentos. A votação começou às 9h no horário de Brasília e encerrará às 19h.
Fernando Villavicencio foi morto por atiradores após um comício em Quito. Seis suspeitos do crime foram detidos pela polícia, enquanto um sétimo suspeito morreu em um tiroteio. Todos os suspeitos são de nacionalidade colombiana.
Após o assassinato de Villavicencio, seu amigo Christian Zurita assumiu a candidatura. O nome de Villavicencio permanecerá nas cédulas, mas os eleitores serão informados de que o voto será contabilizado para Zurita, uma vez que a legislação equatoriana impede que a candidata a vice, Andrea González, assuma a liderança da chapa.
A segurança foi intensificada durante a votação, com Zurita usando capacete e colete à prova de balas ao votar.
Além do assassinato de Villavicencio, outros episódios de violência ocorreram:
- Um líder partidário foi assassinado pouco tempo depois;
- Um candidato afirmou ter sido alvo de um atentado, embora a polícia tenha negado tal incidente;
- Meses antes das eleições, um candidato a prefeito também foi assassinado;
A questão central da campanha foi a violência. Segundo Gustavo Menon, professor da Universidade Católica de Brasília, o que está em jogo é a capacidade do governo equatoriano de manter o controle do território e do Estado.
Pesquisas anteriores ao assassinato de Villavicencio indicavam um favoritismo da esquerda, mas após o crime, pesquisas mostraram um crescimento da direita.
As eleições antecipadas foram convocadas após o presidente Guillermo Lasso enfrentar um processo de impeachment cerca de três meses atrás. Ele optou por dissolver o Congresso e convocar novas eleições devido à fragilidade de sua base no Legislativo.
As principais forças políticas no Equador incluem o 'correísmo', representando a esquerda ligada ao ex-presidente Rafael Correa; o voto indígena, com o candidato Yaku Perez; e candidatos de direita com perfis diversos.
Os principais candidatos incluem Luisa Gonzale z, que busca restaurar programas sociais implementados por Correa; Yaku Perez , um ambientalista indígena focado nas mudanças climáticas; Otto Sonnenholzner , empresário com prioridades em segurança e crescimento econômico; Jan Topic , empresário que enfatiza a segurança; e Christian Zurita , substituto de Villavicencio.
Pesquisas recentes indicam Luisa Gonzáles na liderança, seguida por Jan Topic, enquanto o candidato Yaku Perez está em queda.