Múltiplas explosões atingiram pontes vitais para a ligação entre a Crimeia, território em solo ucraniano anexado pela Rússia em 2014, e partes da região ucraniana de Kherson ocupadas por forças russas, informaram autoridades da ocupação de Moscou , de acordo com a CNN.
Entre os alvos, estaria uma ponte que liga a cidade de Henichsk ao Arabat Spit, a barreira que separa o Mar de Azov das águas salinas do Lago Sivas, na costa leste da Península da Crimeia.
Um integrante da junta russa que tomou o governo em Zaporíjia disse à CNN que também ocorreram explosões na ponte de Chonhar, entre a região de Kherson e a Crimeia. "Foi relatado um total de três ou quatro explosões", disse Vladimir Rogov.
O líder da ocupação russa em Kherson, Vladimir Saldo, afirmou, ainda segundo a CNN, que a capital ucraniana Kiev disparou os misséis de longo alcance, fornecidos pelo Reino Unido, e conhecidos como “Sombra da Tempestade” (tradução livre de "Storm Shadow", em inglês), sobre a ponte de Chonhar e um assentamento na mesma localidade.
De acordo com Saldo, a ponte foi danificada e uma escola do vilarejo também foi atingida. Sobre a outra ponte, na cidade de Henichesk, a autoridade russa informou que foram disparados 12 mísseis, mas nove acabaram interceptados.
Um civil ficou ferido e as autoridades ainda avaliam a dimensão dos estragos na estrutura da via e em um gasoduto, disse a autoridade. Ainda há vias de acesso liberadas entre a Crimeia e o resto do território ucraniano, pela ligação entre Chaplynka (região de Kherson) e Armyansk (Crimeia).
Busca por acordo
A diplomacia internacional ainda busca uma saída para resolver o conflito, que já se arrasta por um ano e cinco meses. A Arábia Saudita mediou neste sábado (5), uma reunião sobre o país alvo da Rússia . A nação árabe tenta ampliar sua influência no cenário internacional e não convidou o país chefiado por Vladimir Putin para o encontro.
A conversa ocorreu em Jidá e contou com a participação de representantes de vários países, incluindo o Brasil. Após horas de discussões, a reunião terminou sem a divulgação de um comunicado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a delegação ucraniana tentou promover o "plano de paz" de dez pontos do país, que inclui a recuperação de todos os territórios ocupados pela Rússia - incluindo a sensível Crimeia.
Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, destacou que "qualquer negociação real" deveria "incluir todas as partes". Andrii Yermak, o chefe de gabinete da presidência ucraniana reconheceu que as discussões não foram fáceis e foram marcadas por "muitas divergências".
As tropas ucranianas iniciaram em junho uma contraofensiva, com equipamento militar e apoio financeiro das potências ocidentais. Contudo, até o momento, a campanha não teve grandes avanços e conseguiu recuperar apenas alguns poucos trechos de território em localidades específicas.