O envio de bombas de fragmentação pelos Estados Unidos ao exército ucrâniano não passou despercebido pela Rússia. Segundo Vladimir Putin, presidente russo, o país tem “estoque suficiente” desse tipo de armamento e só planeja utilizá-lo em contra-ataque ao uso do exército da Ucrânia.
"Claro, se elas forem usadas contra nós, nos reservamos o direito de usar também", afirmou Putin à TV estatal russa.
Os Estados Unidos já enviaram esse tipo de armamento para a Ucrânia, que afirmou que só irá utilizar as bombas em situações específicas, e que o alto escalão do exército irá determinar em que condições e locais o artefato será utilizado.
Segundo os Estados Unidos, o fornecimento dessas bombas é temporário e possuem garantias por escrito de que a Ucrânia não usará esses armamentos em áreas com civis e irá informar onde essas bombas foram utilizadas, para facilitar um processo de desminagem futuro.
Segundo a Rússia, esse tipo de armamento ainda não foi utilizado no confronto, mas um relatório das Nações Unidas aponta para o uso em 24 ocasiões, inclusive em áreas povoadas.
O que são as bombas de fragmentação?
As bombas de fragmentação são compostas por diversas bombas “menores”. Após o artefato principal ser disparado, ele é aberto e os demais explosivos se dispersam no ar para atingir determinado território. Entretanto, apesar do alto poder de destruição e de alcance territorial desse tipo de bomba, nem todos os explosivos menores são detonados instantaneamente.
Esses artefatos não detonados são considerados falhas, e podem explodir a qualquer momento, o que pode causar mortes não intencionais. Segundo a Cruz Vermelha, a taxa de falha desses explosivos é de 40%. Por esse motivo, diversos países proibiram a utilização dessas bombas.