Ao menos 72 pessoas foram presas na sétima noite consecutiva de protestos na França após a morte de um jovem de 17 anos baleado pela polícia durante uma abordagem. O Ministério do Interior do país informou que a noite dessa segunda-feira (3) registrou o menor número de incidentes em relação aos últimos dias.
A noite anterior à de ontem foi marcada por 157 detenções,
enquanto a de sábado (1º) para domingo (2), por outras 400.
Conforme os dados oficiais, desde quando as manifestações eclodiram na última semana, 159 carros foram incendiados, 24 edifícios públicos foram danificados, além de quatro postos de polícia.
Nos últimos dias, as autoridades deslocaram 45 mil policiais em diversos pontos da França, principalmente em Paris, para conter os protestos.
O presidente da França, Emmanuel Macron, vai se reunir, nesta terça, com mais de 200 administradores dos locais onde ocorreram os atos, no Palácio de Eliseu.
Os danos provocados pelos protestos geraram um custo de cerca de 1 bilhão de euros, segundo a associação patronal francesa Medef. Na ocasião, 200 estabelecimentos comerciais foram saqueados e 300 agências bancárias e 250 quiosques de rua foram destruídos.
O caso
Centenas de franceses foram às ruas após um jovem de 17 anos ser baleado durante uma abordagem policiais em Paris. Os manifestantes incendiaram veículos, atiraram pedras e dispararam fogos de artifício contra os policiais.
O agente que atirou no adolescente foi colocado sob custódia na terça-feira, 27, depois que o garoto morreu no hospital.
Naël estava no carro com outras duas pessoas no momento em que foram parados em uma blitz policial, segundo os promotores de Justiça envolvidos no caso.
Na abordagem, ele teria ligado novamente o veículo e acelerado, o que teria apresentado perigo físico aos policiais. "Foi nesse contexto que o policial usou sua arma de fogo", disse o chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez.
A versão, no entanto, foi contestada pela família do jovem com um vídeo que mostra dois policiais na lateral do veículo e, enquanto um segura a porta, o outro mantém a arma apontada para o motorista. Quando o carro acelera, o policial dispara.
Duas investigações foram abertas pela Inspeção-Geral da Polícia Nacional para apurar o caso.